Cotidiano
A União Europeia proibiu o uso de produtos que contenham TPO, substância comum na aplicação de unhas de gel e acrílicas para aumentar a durabilidade do esmalte
Segundo Lazzarini, o desgaste das unhas durante a aplicação pode causar danos agudos e permanentes, incluindo descolamento e inflamações / Freepik
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A União Europeia proibiu neste mês o uso de produtos que contenham TPO (óxido de trimetilbenzoil difenilfosfina), substância comum na aplicação de unhas de gel e acrílicas para aumentar a durabilidade do esmalte.
O bloco classificou o TPO como “cancerígeno, mutagênico ou tóxico para a reprodução”, após estudos em animais apontarem possíveis efeitos adversos à fertilidade.
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No Brasil, a utilização da substância ainda é permitida, mas o tema já está sob análise da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que não divulgou decisão definitiva até o momento.
Para especialistas, a proibição europeia é um alerta, mas os riscos não se limitam ao TPO. A dermatologista Rosana Lazzarini, 1ª secretária da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), desaconselha o uso das unhas de gel em qualquer situação, já que todo o processo de aplicação pode gerar danos significativos tanto para as usuárias quanto para as profissionais.
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“Os acrilatos são alérgenos muito conhecidos e capazes de causar reações alérgicas graves. Os casos, em geral, envolvem os dedos das mãos e, em alguns casos, as mãos por completo — especialmente em profissionais que manipulam esses produtos”, explicou em entrevista ao portal Terra.
Segundo Lazzarini, o desgaste das unhas durante a aplicação pode causar danos agudos e permanentes, incluindo descolamento e inflamações. Além disso, em casos de alergia ao acrilato, os impactos podem se estender para além da estética:
“Caso ocorra alergia ao acrilato, o paciente terá problemas futuros com outros produtos que contenham a substância, como resinas dentárias, adesivos de curativos, colas cirúrgicas e esparadrapos”, alertou.
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Enquanto países da União Europeia já vetaram o uso do TPO, no Brasil a prática segue comum em salões de beleza. A expectativa é de que a Anvisa conclua em breve a avaliação sobre a substância e sobre a regulamentação do setor, diante das preocupações crescentes com os impactos à saúde.