O relatório de 2025, sob o governo Trump, contrasta com a análise feita em 2024 / Don Emmert/AFP e Victor Piemonte/STF
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O relatório anual de práticas de direitos humanos de 2025, entregue ao Congresso dos Estados Unidos, trouxe uma avaliação crítica sobre a situação dos direitos humanos no Brasil.
O documento, que abrange 196 países membros da Organização das Nações Unidas, aponta uma suposta deterioração no país, destacando restrições à liberdade de expressão e ações judiciais que teriam limitado vozes políticas, sobretudo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Apesar das críticas contundentes, o relatório enfrenta questionamentos internos dentro do próprio governo americano, com servidores afirmando que o processo de elaboração foi politizado, o que compromete a imparcialidade da análise.
O documento também compara o Brasil a outras regiões do mundo, como Europa e El Salvador, enfatizando que em alguns casos não foram identificados abusos significativos.
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O Departamento de Estado dos EUA afirma que o governo brasileiro adotou medidas consideradas amplas e desproporcionais para censurar conteúdos na internet, principalmente de opositores políticos, e que muitas ações ocorreram sem garantias legais adequadas.
O bloqueio de perfis em redes sociais determinado pelo ministro Alexandre de Moraes foi citado como exemplo desse tipo de atuação.
Além disso, o relatório critica declarações do presidente Lula relacionadas ao conflito na Faixa de Gaza e destaca sanções econômicas aplicadas por Washington a Moraes sob a Lei Magnitsky, que visa punir graves violações de direitos humanos.
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Também foram apontadas restrições ao uso de VPNs no Brasil, consideradas pelo governo americano como um enfraquecimento da liberdade de imprensa e da proteção à privacidade, fundamentais para denúncias anônimas.
Quanto às prisões de apoiadores de Bolsonaro investigados por tentativa de golpe, o documento reconhece a observância formal da Constituição, mas menciona denúncias de detenções prolongadas sem acusação e ausência de assistência jurídica adequada.
O relatório de 2025, sob o governo Trump, contrasta com a análise feita em 2024 pela administração Biden, que avaliou as eleições brasileiras como justas e livres de irregularidades significativas.
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A atual versão reflete críticas alinhadas à postura política do ex-presidente americano, que aplicou tarifas ao Brasil alegando perseguição política a Bolsonaro.
Fontes internas revelam que a redação do relatório gerou desconforto dentro do Departamento de Estado, com relatos de que o documento foi politizado, o que gera dúvidas sobre a validade das conclusões.
Esses relatórios têm grande peso internacional, servindo como referência em tribunais dos Estados Unidos e instâncias internacionais para decisões sobre asilo e deportação.
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