Cotidiano

Estudo com 2,7 milhões de pessoas mostra relação entre o consumo de tomate e o câncer

Pesquisa global aponta associação entre licopeno presente em certos alimentos e menor risco de tumores

Luna Almeida

Publicado em 09/12/2025 às 07:44

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O estudo ressalta que os benefícios observados não decorrem simplesmente de comer mais tomates crus / Freepik/stockking

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O papel dos tomates na proteção contra o câncer ganhou novo destaque após a divulgação de uma das maiores análises já realizadas sobre o tema. A meta-análise, publicada na revista Frontiers in Nutrition, reuniu dados de quase 2,7 milhões de indivíduos e reforçou a suspeita de que o licopeno, pigmento vermelho presente no alimento, pode ter efeitos relevantes na prevenção da doença.

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Os pesquisadores avaliaram 119 estudos para compreender como o consumo de tomates e os níveis de licopeno no sangue se relacionam com incidência e mortalidade por câncer

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Os resultados apontam para uma tendência consistente: quanto maior a presença do composto no organismo, menor o risco de tumores em geral.

Licopeno aparece associado a menor risco e menor mortalidade

A ingestão elevada de licopeno foi ligada a uma redução de 5% a 11% no risco total de câncer

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Já pessoas com maiores concentrações do pigmento no sangue apresentaram até 24% menos mortalidade por tumores, indicando possível efeito protetor mais forte quando o composto está disponível em níveis adequados no organismo.

O dado mais expressivo surgiu na análise do câncer de pulmão. Participantes com os níveis mais altos de licopeno no sangue tiveram um risco 35% menor de morte pela doença. 

Também houve associação positiva para câncer de mama e próstata, com destaque para este último, no qual a relação se mostrou mais robusta quando se consideraram os níveis sanguíneos, não apenas a dieta.

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Tomates processados apresentam melhor absorção

O estudo ressalta que os benefícios observados não decorrem simplesmente de comer mais tomates crus. A proteção está ligada à forma como o licopeno é disponibilizado ao corpo, com melhor aproveitamento em preparações submetidas ao calor.

Molho de tomate, purês, sopas e versões refogadas apresentam o composto em estado mais biodisponível, o que facilita sua absorção. A constatação reforça conhecimento já consolidado sobre carotenoides, que tendem a ser mais acessíveis após processamento térmico.

A dose considerada ideal pelos pesquisadores foi de 5 a 7 mg diários de licopeno. Quantidades superiores a 10 mg não mostraram ganhos adicionais.

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Como o licopeno pode atuar na prevenção

O licopeno é um antioxidante potente e, segundo o estudo, sua atuação pode envolver:

  • neutralização de radicais livres
  • redução do estresse oxidativo
  • modulação de processos inflamatórios
  • influência em sinais celulares associados à divisão e morte das células

Esses mecanismos ajudam a explicar por que o composto tem sido apontado, há anos, como promissor na prevenção de tumores, ainda que sua ação completa continue sendo alvo de investigação. Uma outra pesquisa também realizada recentemente demonstrou uma possível ligação entre as tatuagens e o câncer de pele.

Uma peça dentro de um conjunto maior

Apesar dos resultados animadores, os autores e o AICR reforçam que alimentos ricos em licopeno não substituem métodos tradicionais de prevenção, como exames de rotina e acompanhamento médico. O composto deve ser visto como parte complementar de um estilo de vida saudável.

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Ainda assim, o estudo amplia a compreensão sobre o papel dos tomates e reforça que incluir versões processadas na alimentação diária pode ser uma escolha simples, acessível e potencialmente benéfica para a saúde a longo prazo.

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