Cotidiano

Estudo aponta quantos anos de vida perdemos comendo mal

A pesquisa se ancorou no Índice Nutricional de Saúde, um sistema de pontuação sobre o impacto da alimentação à saúde em anos de vida saudável

Ana Clara Durazzo

Publicado em 14/05/2025 às 08:51

Atualizado em 14/05/2025 às 08:57

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Foram analisados 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão energética dos brasileiros / Freepik

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Um estudo publicado na revista International Journal of Environmental Research and Public Health avaliou o impacto dos consumo dos principais alimentos na saúde e no meio ambiente.

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A pesquisa se ancorou no Índice Nutricional de Saúde, um sistema de pontuação sobre o impacto da alimentação à saúde em anos de vida saudável. Esse índice utiliza dados epidemiológicos para classificar e avaliar alimentos e dietas conforme suas características nutricionais.

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Estudo

Foram analisados 33 alimentos que mais contribuem para a ingestão energética dos brasileiros. No geral, os produtos derivados dos animais tiveram os maiores custos ambientais.

Já os de origem vegetal, como feijão e frutas, tiveram as melhores pontuações no índice e menores impactos ambientais.

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Por exemplo, o consumo contínuo de 115 gramas de bolachas recheadas, por exemplo, está associado à perda média de 39 minutos de vida saudável.

Esses minutos de vida perdidos não estão associados ao consumo pontual, mas sim com o contínuo. Se a pessoa come todos os dias, por muitos anos, esse hábito irá reduzir seu tempo de vida saudável.

Segundo a pesquisa, os piores colocados no índice são a carne suína, que tira 36 minutos, margarina, que tira 24 minutos, carne bovina, que tira 21,86 minutos e biscoitos salgados, que tiram 19 minutos.

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Já do outro lado, o peixe de água doce aumenta 17 minutos, a banana aumenta 8 minutos, o feijão aumenta  6 minutos e o arroz com feijão aumenta 2 minutos.

Além disso, esses alimentos também mostraram bom desempenho para a sustentabilidade do planeta.

A pizza muçarela teve destaque negativo, com o uso de mais de 306 litros de água para uma porção média de 280 gramas. Já a carne bovina emite mais de 21 kg de Co2.

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Para definir esses números, os cientistas se basearam no tamanho médio das porções alimentares mais consumidas no Brasil, considerando características demográficas e as condições de saúde da população brasileira.

Contabilização

A pesquisa usou informações do banco de dados de consumo alimentar da população brasileira derivadas da Pesquisa de Orçamentos Familiares - Pesquisa Nacional de Alimentação da Classificação Nova de processamento de alimentos.

Cada fator de risco alimentar foi multiplicada pela quantidade do respectivo componente de risco presente no tamanho médio da porção do alimento analisado,

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Em seguida, os riscos foram agregados e a estimativa líquida foi convertida para minutos de vida saudável.

Monotonia alimentar

O levantamento avaliou o consumo dos alimentos em quatro agrupamentos regionais. A maioria dos brasileiros tem uma dieta centrada em arroz, feijão carnes bovinas, suínas e de frango,

Os pesquisadores perceberam uma monotonia alimentar e consumos reduzidos de alimentos nativos e biodiversos. Porém, as piores médias do índice foram agrupadas no Nordeste e em parte do Norte.

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Nessas regiões, a variação foi de menos 61,15 minutos para o consumo de carne seca e mais 41,43 minutos para o consumo de açaí com granola.

A pesquisa também chamou atenção para  contraste entre agricultura familiar e o agronegócio, que geram desafio para a promoção de dietas saudáveis e sustentáveis.

O agronegócio é responsável por 70,45% do consumo de água, especialmente na produção de carne bovina Por outro lado, a produção de alimentos como feijão, mandioca, frutas e hortaliças está intimamente ligada à agricultura familiar.

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Apesar de ocupar uma parcela menor de terra, a agricultura familiar desempenha papel fundamental no fornecimento de alimentos para consumo doméstico e promoção de segurança alimentar.

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