Este menino ganhou uma profissão e também uma carreira graças a Gugu Liberato

Logo na virada do milênio, um garotinho loiro e faceiro conquistou o coração do Brasil ao se apresentar com Gugu Liberato. Ele ficou conhecido artisticamente como Dani Boy, mas foi apelidado carinhosamente pelo público de “Guguzinho” devido à semelhança física (e forçada!) com o apresentador brasileiro.

Em pouco tempo, virou uma das figuras mais marcantes do "Domingo Legal". Hoje, ele carrega lembranças do tempo em que foi o braço direito de um dos maiores comunicadores do País.

Nascido em Jacareí, no interior de São Paulo, o Guguzinho iniciou sua jornada no mundo artístico aos dois anos, quando já trabalhava como animador de festas vestido de palhaço.

Aos cinco anos, seu talento e aparência renderam o convite especial para participar da atração dominical, onde não era apenas um ajudante mirim, mas servia como um mini-apresentador ou até uma espécie de clone infantil de Gugu.

Dani Boy conseguiu a oportunidade de ouro ao fazer um pedido direto para Gugu, depois de sua mãe enviar várias cartas para incluí-lo no programa.

A tentativa deu tão certo, que ele encantava a plateia do SBT toda vez que participava das brincadeiras e interagia com convidados, ainda que as dinâmicas fossem bastante apelativas para sua idade. 

Sua popularidade foi tamanha que ganhou discos, figurinhas, bonecos e até chicletes com sua imagem - tudo com o apoio e aprovação dos pais.

Mas com a fama infantil também vieram as grandes responsabilidades. O contrato de Guguzinho com a emissora de Silvio Santos previa bom rendimento escolar, tanto é que teve seu vínculo encerrado após repetir de ano em 2002. 

Do luxo ao lixo?

A demissão interrompeu abruptamente a carreira em ascensão de Dani Boy. A situação ainda rendeu o cancelamento de um terceiro álbum do artista mirim, que já estava pronto, mas nunca chegou às prateleiras. Na época, emplacar discos na TV significava atingir o auge do sucesso.

Apesar da despedida, Dani Boy não guardou mágoas dos colegas de trabalho. Ele até tentou pedir que Gugu gravasse um vídeo de apoio a um de seus projetos musicais, algo que não chegou a acontecer devido ao acidente que vitimou o apresentador em 2019. O artista foi uma das presenças marcantes no velório do melhor amigo de Liminha.

Estrelinha, mas nem tanto

Um fato que, até então, o público não sabia é que Dani Boy teve que construir um lado mais reservado para lidar com Gugu Liberato nos bastidores. Acontece que o apresentador era uma pessoa muito discreta e seu contato era limitado às gravações do "Domingo Legal".

Mas o artista reconhece que ele foi o grande propulsor da sua fama, abrindo portas que jamais imaginaria. Apesar disso, também viveu histórias apavorantes.

A exposição precoce trouxe riscos a Dani Boy, que chegou a sofrer ameaças de sequestro em ligações telefônicas que assustavam sua família. A solução foi pedir ajuda do padrão, que dividiu sua própria equipe de seguranças para vigiar a casa do assistente mirim, inclusive durante a noite. A história permaneceu assim até que o perigo passasse - ou provavelmente até o fim de seu contrato.

Outra curiosidade é que, embora fosse conhecido como "Dani Boy" e "Guguzinho", seu verdadeiro nome não tem nenhuma relação com as alcunhas.

O jovem foi batizado em 1993 pelos pais como Marcos Felippe Nunes da Silva, mas parece que o título não teve apelo suficiente para emplacar nas telinhas. Ele não demonstra arrependimento em usar nomes artísticos para engrenar a carreira.

Novo estilo de vida

Atualmente, Guguzinho segue firme na carreira musical, especialmente no sertanejo. Ele retornou os palcos em meados 2013 e, desde então, investe em shows, composições e gravações pessoais. Ainda que não carregue mais o rótulo de “assistente mirim”, o cantor permanece com a bagagem de quem já viveu nos bastidores de um dos maiores programas da televisão brasileira.

A música sempre foi uma grande parte do que motivou Dani Boy. Ele era fã do cantor Daniel, recebeu discos do estilo sertanejo na infância e foi indicado por essas afinidades para escolher seu nome artístico (“Dani Boy”). Essa inclinação influenciou sua carreira adulta, quando retornou à música mais preparado. 

Ele investiu o que ganhou na infância para sua carreira musical: guardou parte do dinheiro, usou para gravar discos, estudar música e preparação artística após os anos fora da televisão. Essa base foi fundamental para ele conseguir retomar como cantor sertanejo.