Cotidiano

Estação da Cidadania de Santos vai se chamar Chefe Agápito Ferreira

Projeto de lei (PL), de autoria do vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (MDB) foi apresentado e aprovado em plenário na sessão desta quarta-feira na Câmara de Santos

Da Reportagem

Publicado em 10/09/2020 às 18:07

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O projeto, agora, vai passar pelas comissões da Câmara e depois, terá nova votação em plenário antes de ser enviado para sanção do Prefeito Paulo Alexandre Barbosa / Francisco Aloise/DL

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A Câmara de Santos aprovou, na sessão realizada nesta quarta-feira (09), projeto de lei (PL), de autoria do vereador Antonio Carlos Banha Joaquim (MDB), que dá o nome do ferroviário Agápito Ferreira à antiga estação ferroviária da Avenida Ana Costa, hoje denominada Estação da Cidadania. Ela vai se chamar Estação da Cidadania Chefe Agápito Ferreira, em homenagem ao saudoso ferroviário, que trabalhou por 32 anos no Ramal Santos-Juquiá, tendo falecido em 29 de setembro de 2019, aos 89 anos de idade.

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O projeto, agora, vai passar pelas comissões da Câmara e depois, terá nova votação em plenário antes de ser enviado para sanção do Prefeito Paulo Alexandre Barbosa.
Em sua justificativa, o vereador Banha fez um histórico sobre as atividades profissionais do homenageado na referida ferrovia, mencionando que ele fez o curso na sede da ferrovia em Santos, que pertencia à antiga Estrada de Ferro Sorocabana e começou na profissão como aprendiz de telégrafo, em 1º de setembro de 1944, aos 14 anos.

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Posteriormente, promovido ao cargo de auxiliar de telegrafista, fez uma brilhante carreira, atuando em várias estações do referido ramal ferroviário, como auxiliar, telegrafista, telegrafista nível especial, subchefe de estação até alcançar o cargo máximo na profissão, o de chefe de estação, no ano de 1974.

O parlamentar santista mencionou, também, que o ferroviário, nasceu em Itanhaém, no litoral sul do Estado, e que se destacou na profissão ao trabalhar no referido ramal ferroviário em várias estações até se fixar na estação de Itariri, cidade na qual permaneceu por vários anos e onde casou-se com Dona Darci Letícia, num matrimônio que durou 67 anos e que só foi interrompido pelo falecimento de Dona Letícia, em 6 de fevereiro de 2019

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Promovido a chefe

Em 1974 voltou à estação ferroviária da Ana Costa para fazer o curso para ser promovido ao cargo máximo de chefe de estação, tendo sido designado para exercer a função no próprio município de Itariri. Um ano depois, com o fechamento daquela estação ferroviária, foi designado para trabalhar na estação de Juquiá, no Vale do Ribeira, final da linha da ferrovia e considerada a segunda estação com maior movimentação de trens, perdendo apenas para a Estação da Ana Costa, sede do ramal ferroviário.

Em dezembro de 1976, Chefe Agápito Ferreira retornou à estação da Ana Costa, desta vez para pedir sua aposentadoria, entregar seu uniforme e o quepe de chefe de estação, receber homenagem pelos bons serviços prestados, e se despedir dos vários colegas e amigos que fez na profissão.

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Naquele ano, o ramal ferroviário Santos a Juquiá, sob a concessão da Ferrovia Paulista S. A (FEPASA) estava iniciando seu processo de extinção e fechando suas estações menos produtivas como forma de economia.

Já aposentado, o Sr. Agápito Ferreira mudou-se com sua família, definitivamente, para Santos e passou a dedicar-se ao ministério evangélico da Assembleia de Deus.

De orgulhoso ferroviário, se transformou em fervoroso servo de Deus. Fez carreira na igreja evangélica, tendo sido consagrado a diácono, evangelista, presbítero e pastor evangélico, atuando e pregando o evangelho em várias igrejas em Santos.

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Faleceu, repentinamente, em 29 de setembro de 2019, aos 89 anos de idade, deixando como exemplo, a sua dedicação à ferrovia num tempo nostálgico da constante ida e vinda dos trens de cargas e passageiros que a todo instante partiam ou chegavam à Estação Ferroviária da Ana Costa, sede daquele ramal ferroviário. Deixou também enorme lacuna no ministério evangélico da Assembleia de Deus de Santos.

Homenagem

Ao justificar o seu projeto de lei, o vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (MDB) mencionou a que “dar o nome da Estação da Cidadania de Santos ao senhor Agápito Ferreira é reviver os tempos nostálgicos dos trens que partiam ou chegavam a todo instante nas plataformas da estação ferroviária da Ana Costa. É relembrar parte da história da Cidade de Santos e da nossa cultura. E, acima de tudo é homenagear e reverenciar o nome de um profissional ferroviário honesto e honrado, um Cidadão na acepção da palavra, que honrou e enalteceu o nome de Santos e também de um servo de Deus, que aqui iniciou toda sua brilhante carreira de ferroviário e também o de ministro do evangelho”.

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E concluiu: “diante de todo exposto, solicito que a Estação da Cidadania, antiga estação ferroviária da Sorocabana de Santos, seja denominada Estação da Cidadania Chefe Agápito Ferreira.

Trens de passageiros foram extintos em 1987

A Estação Ferroviária da Ana Costa foi inaugurada em 22 de dezembro de 1913 sendo construída pela Southern  Railway, concessionária da linha férrea que foi inaugurada em 1914 e que ligava Santos a Itanhaém. A partir de 1937, o ramal passou para a Estrada de Ferro Sorocabana (EFS), que um ano depois estendeu o ramal até Juquiá.

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Naquele ano, a estação ferroviária da Ana Costa foi reconstruída para ser reinaugurada em 26 de julho de 1938, com as presenças do então presidente da República, Getúlio Vargas, e do interventor federal no Estado de São Paulo, Adhemar de Barros.

Passou a ser sede do Ramal Santos-Juquiá. Funcionava com trens de passageiros e de cargas. Em 1971 o ramal passou para a concessão da Ferrovia Paulista S.A (FEPASA).

O transporte de passageiros no Ramal Santos-Juquiá foi suspenso, temporariamente, por duas vezes, entre os anos de 1976 e 1983, sendo que em 1987, os trens de passageiros deixaram, definitivamente, de circular e a ferrovia passou a funcionar apenas com os trens de cargas.

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Para isso, naquele ano, a Fepasa prolongou o ramal de Santos- Juquiá até a cidade de Cajati, também no Vale do Ribeira, para atender as fábricas de fertilizantes daquela região, principalmente no transporte de enxofre, entre o Porto de Santos e Cajati.

A ferrovia permaneceu em atividade até meados de 2002, quando, definitivamente, foi desativada. Hoje, o espólio ferroviário está sob a responsabilidade da Rumo Logística.
Algumas tentativas de fazer o ramal ferroviário ser reativado não deram certo. Até uma Comissão sobre a reativação dos trens foi formada na Câmara dos Deputados.

Atualmente, existe um projeto para reativação que se encontra no Ministério dos Transportes, que pretende promover a reativação mediante uma interligação entre a linha Santos a Cajati com o VLT que já circula entre Santos e São Vicente.

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Enquanto isso não ocorre, o ramal ferroviário está em estado de abandono, com suas estações praticamente deterioradas com poucas delas preservadas através de convênios de concessões com as prefeituras.

Estação da Cidadania

A Estação da Cidadania foi inaugurada em 25 de agosto de 2006, por meio de um contrato de comodato e termo de parceria envolvendo a Consciência pela Cidadania (CONCIDADANIA), a Prefeitura Municipal de Santos e o Grupo Pão de Açúcar- Extra (proprietário do imóvel). As instalações deste espaço, além de abrigar as atividades do Fórum da Cidadania, são permanentemente utilizadas por Entidades Públicas e da Sociedade Civil. Cumpre a tarefa de centralizar a divulgação e troca das mais variadas iniciativas de estímulo à cidadania.

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