Cotidiano
Trata-se da cochonilha, um organismo que hoje é amplamente empregado pela indústria alimentícia e cosmética como matéria-prima para a produção de corantes naturais
De acordo com especialistas, a substância derivada da cochonilha, conhecida como ácido carmínico, dá origem ao corante carmim / ImageFX
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Pouca gente imagina, mas um pequeno inseto pode estar mais presente no dia a dia do que se pensa, inclusive no prato. Trata-se da cochonilha, um organismo da ordem Hemiptera utilizado há séculos e que hoje é amplamente empregado pela indústria alimentícia e cosmética como matéria-prima para a produção de corantes naturais.
De acordo com especialistas, a substância derivada da cochonilha, conhecida como ácido carmínico, dá origem ao corante carmim, identificado nos rótulos como E120, 'carmim de cochonilha' ou “corante natural de cochonilha'. É esse componente que confere tons avermelhados, rosados ou alaranjados a diversos produtos consumidos diariamente.
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A cochonilha é um inseto que vive em folhas e caules de plantas, mas ganhou importância industrial por um motivo curioso: dela se extrai um pigmento de alta estabilidade e coloração intensa, resistente à luz e ao calor. Essas características fizeram do carmim de cochonilha um dos corantes naturais mais valorizados do mundo, especialmente por empresas que buscam alternativas aos corantes artificiais.
Além do setor alimentício, a substância também é utilizada em cosméticos, medicamentos e até tecidos.
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O corante derivado da cochonilha está presente em diversos produtos industrializados, principalmente os de coloração vermelha ou rosada. Entre os exemplos mais comuns estão:
Iogurtes e bebidas lácteas sabor morango ou frutas vermelhas;
Balas, gelatinas e doces de confeitaria;
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Sorvetes e recheios coloridos;
Glacês, salsichas e embutidos;
Cosméticos como batons e sombras, além de alguns medicamentos.
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No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) regulamenta o uso do corante, exigindo identificação obrigatória nos rótulos e limites seguros de concentração.
Para saber se um produto contém cochonilha, basta observar o rótulo. As designações mais comuns são:
Corante carmim
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Carmim de cochonilha
Corante natural de cochonilha
Ácido carmínico
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Extrato de cochonilha
E120
Consumidores vegetarianos, veganos ou pessoas com alergias devem prestar atenção redobrada, já que o composto é de origem animal.
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O uso da cochonilha na coloração de alimentos e tecidos remonta às civilizações pré-colombianas da América Central. Hoje, o Peru é o principal exportador mundial, fornecendo toneladas do inseto seco para indústrias de todo o planeta, inclusive o Brasil.
Considerado um dos corantes naturais mais duradouros e seguros, o carmim ainda é alvo de debates entre consumidores e pesquisadores sobre transparência e rotulagem.
Apesar de discreta, a presença da cochonilha nos produtos mostra como detalhes invisíveis da indústria fazem parte da alimentação cotidiana de milhões de pessoas, muitas vezes sem que o consumidor se dê conta.
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