A persistência da espuma é resultado direto das condições climáticas e do acúmulo de poluição / Reprodução/D Vision Imagens Aéreas
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A cidade de Salto, no interior de São Paulo, ainda enfrenta os efeitos da intensa espuma tóxica que tomou conta do Rio Tietê. Mesmo após três dias, a concentração de poluentes permanece visível, especialmente no Complexo Turístico da Cachoeira, ponto tradicionalmente frequentado por moradores e visitantes.
A persistência da espuma é resultado direto das condições climáticas e do acúmulo de poluição.
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O clima seco e o frio favorecem a formação da espuma, enquanto a baixa umidade relativa do ar – que deve continuar nos próximos dias, com índices que podem chegar a 20% – dificulta a dissipação da camada espumosa.
A composição da espuma tem origem nos resíduos despejados no rio sem tratamento, como sabão em pó, detergentes e outras substâncias químicas.
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Esses materiais, ao se acumularem e serem movimentados pelas águas, reagem e produzem a densa camada branca que se espalha por quilômetros.
Durante o período de seca, o volume do rio tende a diminuir, e a concentração de poluentes aumenta. Quando chove e o nível da água sobe, esses resíduos se misturam e se tornam visíveis, como ocorre agora em Salto.
A Defesa Civil segue orientando a população a não se aproximar da espuma devido ao risco tóxico.
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Segundo o Governo do Estado de São Paulo, a situação está sendo monitorada. O programa IntegraTietê prevê um investimento de R$ 20 bilhões até 2029, com o objetivo de conectar 2,2 milhões de imóveis à rede de esgoto e melhorar o saneamento básico nas regiões afetadas.
Um grupo de fiscalização especializado já percorreu mais de sete mil quilômetros ao longo do rio, aplicando mais de R$ 6 milhões em multas.
A Cetesb, órgão ambiental estadual, informou que foram realizadas 324 coletas de amostras e 114 vistorias em estações de tratamento, indústrias e municípios. As penalidades aplicadas aos agentes poluidores já somam R$ 3,8 milhões.
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Além disso, o governo trabalha no desassoreamento do Tietê e de seus afluentes, com mais de 3,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos já removidos desde 2023.
As medidas têm como meta reduzir a contaminação e prevenir novos episódios como o que atinge Salto neste momento.