Cotidiano
A presença desse réptil no litoral paulista preocupa especialistas, que alertam para os riscos ambientais causados por invasores sem predadores naturais
Os primeiros registros da espécie no país datam de 2015, mas apenas em 2016 ela foi oficialmente identificada como o lagarto cubano / Fotos: Bruno Lourenço
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Um lagarto cubano (Anolis porcatus), espécie exótica e predadora, foi fotografado pelo biólogo Bruno Lourenço no município do Guarujá, no início deste ano.
A presença desse réptil no litoral paulista preocupa especialistas, que alertam para os riscos ambientais causados por invasores sem predadores naturais.
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'O Anolis é um lagarto originário de Cuba, e alguns pesquisadores acreditam que sua introdução no Brasil tenha ocorrido pelo Porto de Santos, trazido em navios. Ele está se espalhando pela Baixada Santista porque não possui predadores naturais', explicou o biólogo Bruno Lourenço.
Os primeiros registros da espécie no país datam de 2015, mas apenas em 2016 ela foi oficialmente identificada como o lagarto cubano.
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O reconhecimento foi publicado no South American Journal of Herpetology, em um estudo apoiado pela Fapesp e pela National Science Foundation (NSF).
O Anolis porcatus pode alcançar até 15 centímetros de comprimento e se diferencia bastante das lagartixas comuns. Sua dieta é variada: inclui insetos, aranhas, lacraias, pequenos roedores e até outros lagartos.
A espécie tem se espalhado rapidamente pela região. Atualmente, já é considerada abundante em Santos, São Vicente e Guarujá, e há indícios de que também tenha alcançado Cubatão.
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Foram encontrados machos, fêmeas e filhotes, o que indica que a espécie já está se reproduzindo e estabelecida na região.
Um artigo publicado pela Revista Fapesp alerta que a presença do lagarto cubano pode ameaçar populações locais de répteis e alterar o equilíbrio ecológico.
Além disso, há o risco de a espécie se expandir para outras áreas adjacentes, ampliando seu impacto ambiental.
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Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), espécies invasoras estão entre as principais causas de declínio populacional e extinção de animais nativos em todo o mundo.
O caso do Anolis porcatus reforça a importância da vigilância ambiental e de medidas de controle para evitar novos desequilíbrios ecológicos.