Vita acredita que educação digital evitaria disseminação de casos como o da personagem Momo / Rodrigo Montaldi/Arquivo DL
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Quem acessou as redes sociais nos últimos dias deve ter lido algo sobre a Momo. Pais têm relatado que, ao navegar no Youtube Kids, os filhos se deparam com vídeos em que a personagem ensina as crianças a se suicidarem. O Youtube nega que vídeos tenham passado pela plataforma infantil. Verdade ou boato, para o advogado especialista em redes sociais Raphael Vita, fica o alerta: "já passou da hora da educação digital ser inserida nas escolas".
Mesmo que o conteúdo não esteja na plataforma infantil, vídeos foram disseminados em outras redes. "Não há nenhuma prova de que ele realmente tenha estado no Youtube Kids, mas ele circulou no Whatsapp e no Facebook", esclarece. "As pessoas, achando que estavam ajudando, divulgaram o conteúdo e isso causou a grande repercussão".
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O especialista alerta que correntes com conteúdos alarmistas nunca devem ser compartilhadas. "O compartilhamento, ao invés de ajudar, causa o efeito reverso, aumenta o alcance do conteúdo negativo, se tornando algo de grandes proporções".
Para Vita, há um buraco educacional na questão digital. "A geração atual de adolescentes e jovens adultos não foi educada para absorver as consequências do mal uso da internet, porque a geração anterior não nasceu com as redes sociais e, consequentemente, não teve informação suficiente para educar seus filhos", explica.
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Uma educação digital nas escolas, para que os estudantes saibam as consequências de tudo que é inserido nas redes, poderia evitar casos como esse da Momo, segundo Vita.
"Talvez já esteja passando da hora de termos uma matéria que ensine a crianças a lidar com isso", diz. "Quero crer que não é uma realidade tão distante, pois a questão está batendo a nossa porta há um tempo e precisamos agir".
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