Cotidiano
Novos documentos divulgados pelo Congresso mostram bilionário alegando que Trump passou "horas" com uma vítima menor e acobertou as ações
Relação entre Trump e Epstein volta ao centro do debate após protesto no Reino Unido / Domínio Público
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O Congresso dos Estados Unidos divulgou nesta quarta-feira (12) alguns e-mails do financista Jeffrey Epstein, condenado por comandar um esquema de tráfico sexual de menores, que envolvem o atual presidente Donald Trump.
Nas mensagens, o empresário afirma que Trump tinha conhecimento sobre sua conduta e alega que o político chegou a passar “horas” com uma das vítimas em sua residência. Os documentos fazem parte dos chamados “Epstein Files”, reunidos pelo governo norte-americano.
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A relação de Epstein e Trump é antiga, com registros de ambos circulando desde os anos 1990. Agora, o Partido Democrata afirmou que os e-mails revelados reacendem questionamentos sobre essa proximidade.
Em uma das mensagens, datada de abril de 2011 e endereçada a Ghislaine Maxwell (assistente de Epstein posteriormente condenada por facilitar o esquema), o bilionário escreve que Trump “sabia sobre as meninas”, as vítimas posteriormente identificadas como menores de idade.
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Epstein faz uma declaração incisiva à Maxwell: “Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, sugerindo que o então empresário teria acobertado as atividades ilícitas. O bilionário acrescentou ainda que uma vítima “passou horas em minha casa com ele, e nunca foi mencionada uma única vez”.
Outro e-mail divulgado mostra Epstein pedindo conselhos sobre como responder a perguntas a respeito de sua ligação com Trump, que na época ensaiava sua entrada na política.
O caso Epstein se tornou uma das maiores crises enfrentadas pelo governo Trump, que tem sido cobrado pela população norte-americana para a divulgação completa dos documentos. Durante a campanha, o presidente prometeu publicizar a lista de clientes do esquema, mas desde o início de seu novo mandato, apenas documentos sem informações relevantes foram liberados.
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Trump nega veementemente qualquer envolvimento com a rede de tráfico sexual, afirmando que os dois foram amigos, mas romperam a relação “há muitos anos”.
O Presidente ainda minimizou a gravidade do caso e chegou a afirmar que a polêmica seria uma “armação” política, postando na Truth Social: “O novo golpe deles é o que chamaremos para sempre de Farsa de Jeffrey Epstein — e meus antigos apoiadores engoliram essa besteira sem questionar”.
Além dos e-mails, outros documentos divulgados pelo Congresso incluem uma carta enviada por Trump a Epstein. O registro, divulgado originalmente pelo The Wall Street Journal, mostra uma mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua, desenhada à mão, e assinada "Donald".
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O texto diz: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo”. Na época da publicação original, Trump negou a autoria, processou o jornal e pediu uma indenização de US$ 10 bilhões.
Jeffrey Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas, algumas com apenas 14 anos, no início dos anos 2000. Preso em 2019, ele morreu por suposto suicídio enquanto aguardava julgamento em Manhattan.