X

Cotidiano

Epidemia de dengue pode ser a pior da história de São Vicente

Especialista alerta população para redobrar cuidados básicos com criadouros do mosquito

Da Reportagem

Publicado em 06/03/2021 às 08:05

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

No verão, com as chuvas, aumenta a proliferação do mosquito, que se reproduz em água limpa e parada / Arquivo/Agência Brasil

Com o aumento no número de casos de dengue na Cidade de São Vicente e na Baixada Santista, os moradores precisam intensificar os cuidados com os possíveis criadouros do mosquito.

São Vicente registrou até esta sexta-feira (5), 146 casos de dengue e 147 de chikungunya, o que totaliza mais de 290 casos. Esse número pode ser ainda maior, já que mais de 900 pessoas ainda aguardam os resultados dos exames.

O Chefe do Departamento de Controle de Doenças Vetoriais (DECODOVE), da Secretaria de Saúde de São Vicente, Fabio Lopes, explica que a cada trimestre são realizadas amostragens de criadouros de mosquitos. O Índice de Bretreau (IB) é usado na avaliação da densidade larvária do Aedes aegypti e tem classificação satisfatória quando for menor que 1 ponto. De 1 a 4 pontos, a densidade de mosquitos já é suficiente para desencadear uma epidemia. Atualmente, a média da Cidade está em 10,6 pontos, o que acende um sinal de alerta. Bairros como o Jóquei Clube, Vila São Jorge, Vila Mello e Catiapoã estão com índica acima de 17 pontos.

O especialista conta que, a cada 10 casas vistoriadas, há uma média de 30 criadouros positivos para o Aedes Egypt, reforçando a necessidade de se combater a proliferação do mosquito.

“No mutirão do bairro Japuí, retiramos mais de 300 recipientes e entramos em quase 800 casas. Outras 1.200 casas recusaram a nossa visita ou estavam fechadas, o que também é outro problema”, explica Fabio Lopes.

Outro ponto é que não adianta combater o mosquito, hoje eles têm resistência a inseticidas, e a pulverização mata menos que 50% dos mosquitos adultos.


Agravamento com outras doenças - A questão do vírus da dengue se agrava no momento em que o Brasil passa por uma situação delicada, com a rede hospitalar sobrecarregada por outras doenças que estão em circulação no País, entre elas a Covid-19. E a dengue não diagnosticada e tratada corretamente, pode levar à morte, como aconteceu com o morador da Vila Margarida, a primeira vítima fatal da doença, registrada este ano. 


Cuidados que devem ser tomados:

- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso. Se forem destinados à reciclagem, guarde-os sempre em local coberto e abrigado da chuva.

- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie- a completamente, não deixando poças d 'água. Se tiver lagos, cascatas ou espelhos d 'água, mantenha-os limpos ou crie peixes que se alimentem de larvas.

- Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana. Caso precise deles, guarde-os, sem água, em local coberto.

- Verifique se os ralos da casa não estão entupidos. Limpe-os pelo menos uma vez por semana e, se não estiver usando, deixe-os fechados.

- Guarde garrafas, baldes ou latas vazias de cabeça para baixo.

- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida dos seus animais uma vez por semana.

- Retire a água da bandeja externa da geladeira pelo menos uma vez por semana. Lave a bandeja com sabão.

- Não deixe acumular água nos bebedouros

- Mantenha os pratos dos vasos de planta sem água. Deposite terra para ajudar a drenagem.

Sintomas - Dengue, zika e chikungunya são três infecções transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti. Elas possuem sintomas parecidos, mas algumas características podem ajudar a diferenciá-las.


Não existe tratamento específico para as infecções por estes vírus. A orientação do Ministério da Saúde é que, na presença de qualquer sintoma, o paciente procure a unidade de saúde mais próxima. Além disso, deve fazer repouso e ingerir bastante líquido durante os dias de manifestação de sintomas. Alguns medicamentos como ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios, podem aumentar complicações hemorrágicas, principalmente em caso de dengue. Por isso, ao apresentar os sintomas, a pessoa não deve se automedicar.


Dengue - Dores locais nos músculos, atrás dos olhos, costas, no abdômen ou ossos, febre, fadiga, mal-estar, perda de apetite, tremor ou suor.

Também é comum dor de cabeça, manchas avermelhadas ou náuseas.


Chikungunya - Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele.


Zika - Febre, erupção cutânea, dor de cabeça, dor articular, conjuntivite (olhos vermelhos), dor muscular

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Praia Grande

Circuito Sesc de Artes acontecerá este mês em Praia Grande

Atividades de diferentes linguagens culturais ocorrerão gratuitamente

Bertioga

Na faixa! Sebrae Aqui Bertioga abre inscrições para vários cursos

As quatro formações serão em endereços diferentes

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter