Cotidiano

Entre latinhas e cobres: a luta de uma mulher de 60 anos por sustento e dignidade

Maria José sai todos os dias para recolher e vender recicláveis, garantindo uma renda extra para manter a casa

Nayara Martins

Publicado em 08/09/2025 às 10:01

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Maria José recolhe materiais nas ruas com sua cachorrinha Fafá, companheira fiel, em Itanhaém / Nayara Martins/DL

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Ter uma renda extra com a venda dos materiais recicláveis para garantir o sustento da casa. Essa é a história da catadora de reciclável Maria José, de 60 anos, que sai todos os dias para recolher e vender recicláveis nas ruas de Itanhaém. Ela é apenas uma das diversas pessoas que dependem da venda de produtos recicláveis para manter a família na cidade.

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Maria José costuma sair por volta das 6h30 de casa, no Jardim Oásis, de segunda a sexta-feira, e volta até o final da tarde. Ela tem ainda a companhia de sua cachorrinha Fafá, de 12 anos, que a segue por todos os lugares da cidade. E percorre toda a região central da cidade, alguns bairros e vai até o bairro Suarão.

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Ela conta que há cerca de um ano e meio mora e trabalha com reciclável em Itanhaém. Maria e seu marido vieram de São Paulo para morar na Cidade. Na Capital, ela trabalhava como cuidadora de idosos.

Ao decidir vir morar em Itanhaém, Maria ficou sem trabalho. Então resolveu recolher e vender reciclável para garantir uma renda extra.

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Ela já é cadastrada no CadÚnico e também recebe o benefício referente ao Bolsa Família, do governo federal.

“Recolho todo o tipo de material, como plástico, papelão, latinha, cobre e alumínio nas ruas. Depois separo cada um e levo para o ferro velho pra pesar e vender. É dessa venda que consigo tirar o nosso sustento, já que o dinheiro do governo é muito pouco”, ressalta.

Dos materiais recolhidos, ela afirma que os que rendem mais são o cobre, a latinha e vários tipos de alumínio. “Mas o que consigo vender por maior valor é o fio de cobre, pois os depósitos pagam R$ 30,00 o quilo”.

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No dia a dia, em suas caminhadas para recolher o material reciclável, ela também ganha alguns presentes de moradores.

“Às vezes, ganho dinheiro de conhecidos para comprar ração, cestas básicas, roupas e ainda recebo ração para dar à cachorra”, frisa.

Certo dia, Maria achou uma caixa de perfumes novos no lixo. “Tive bastante sorte e decidi vender todos os perfumes para ganhar um dinheiro a mais”, salienta.

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Companheira fiel

Maria tem ainda a companhia de sua cachorrinha Fafá, de 12 anos, na sua jornada pelas ruas de Itanhaém.

“Fafá está comigo todos os dias, chova ou faça sol. Ela é uma boa amiga e bastante fiel”, destaca.

Ela conta que nunca houve nenhum acidente ou problema com a Fafá nas ruas. Mas quando ela percebe que a cachorra está cansada, acaba parando pra descansar.

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Fafá é a fiel escudeira e companheira de Maria JoséEscreva a legenda aqui

Lembra ainda que, quando o tempo começa a mudar, com trovões e raios, a cachorra fica com medo e foge. Nesses dias, ela deixa Fafá em sua casa.

“Apesar de já ter 12 anos, a cachorrinha está bem de saúde, pois ela brinca e corre. Nas ruas sempre levo água e ração para dar a ela. E até quando chegamos na farmácia ela bebe água”, completa.

Planos

Maria pretende continuar com a venda de materiais recicláveis até conseguir se aposentar. Após começar a receber a aposentadoria, ela quer descansar.

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“Quero tentar me aposentar por idade, por meio do BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada), já que não consegui contribuir para o INSS”, revela.

Maria José mora no bairro Jardim Oásis, em Itanhaém. Ela tem dois filhos, mas eles moram em São Paulo. Já o seu marido também trabalha com a venda de recicláveis, porém ele sai com o carrinho dele para outros bairros.

O casal cuida de sete bichos, além da cachorrinha Fafá, tem ainda mais um cão idoso e cinco gatos em sua casa.

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