O caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal por imperícia. / Reprodução
Continua depois da publicidade
Um jovem de 29 anos entrou em coma depois de ser contaminado por ácido durante uma sessão de hemodiálise em uma clínica particular conveniada ao Sistema Único de Saúde, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
O episódio, ocorrido na manhã de 20 de agosto, desencadeou uma reação devastadora no organismo do paciente, que permanece internado em estado gravíssimo.
Continua depois da publicidade
O caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal por imperícia. Documentos oficiais apontam que resíduos de ácido peracético, substância altamente tóxica usada na desinfecção de equipamentos médicos, teriam sido introduzidos acidentalmente na corrente sanguínea durante a troca de profissionais responsáveis pelo procedimento.
O contato direto do ácido com o sangue provocou uma cadeia de danos imediatos. O laudo médico do hospital confirma a contaminação e relaciona o episódio a uma hemorragia cerebral, edema generalizado e insuficiência respiratória aguda.
Continua depois da publicidade
O paciente foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado inconsciente para o Pronto-Socorro Central Dr. Armando Gomes de Sá Couto, onde permanece entubado e em coma induzido na UTI.
Segundo especialistas, a gravidade decorre do fato de que o ácido peracético é corrosivo.
Ao entrar no sistema circulatório, ele destrói células sanguíneas, compromete o transporte de oxigênio e pode causar falência de órgãos. Casos semelhantes são considerados raríssimos em procedimentos de diálise.
Continua depois da publicidade
O vídeo abaixo, do canal Associação Renal Vida, explica melhor sobre o funcionamento da hemodiálise. Assista:
A clínica responsável, localizada no bairro São Miguel, foi identificada como Nice Diálise. O boletim de ocorrência aponta que o estabelecimento estava com o certificado de regularidade vencido desde 28 de junho de 2025.
Apesar disso, a unidade continuava em funcionamento e atendendo pacientes de alta complexidade pelo SUS.
Continua depois da publicidade
A Prefeitura de São Gonçalo informou que o paciente chegou à unidade municipal em estado crítico após a sessão realizada na clínica privada.
Já a Secretaria Estadual de Saúde destacou que a Vigilância Sanitária esteve no local em 27 de agosto e constatou que, apesar da denúncia de documento vencido, as licenças sanitárias para funcionamento estavam ativas.
O Conselho Regional de Medicina confirmou que o diretor técnico da clínica possui registro ativo.
Continua depois da publicidade
O órgão abriu investigação interna por meio de sua corregedoria. Já o Conselho Regional de Enfermagem ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Morador de Maricá, o paciente realizava sessões de hemodiálise três vezes por semana em São Gonçalo.
No dia do incidente, familiares o deixaram na clínica e só souberam da contaminação ao vê-lo ser retirado em uma maca. Desde então, acompanham a rotina no hospital, enquanto aguardam os resultados das apurações.
Continua depois da publicidade
As autoridades estaduais e municipais afirmam que seguem investigando a responsabilidade pelo erro que levou à contaminação e que as medidas legais serão tomadas assim que a apuração for concluída.