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Cotidiano

Ensino à distância já é realidade na Baixada Santista

Ensino à Distância, plataformas virtuais e redes sociais são alternativas para aprendizagem na cibercultura

Lincoln Spada

Publicado em 15/10/2019 às 07:00

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Mestre em Direito, a santista Luma Guedes ministra videoaulas em direito tributário e é referência na área graças à didática virtual / Divulgação

Em um restaurante em Recife, a santista Luma Guedes recebeu um agradecimento inesperado, afinal, mal conhecia o rapaz. O advogado foi elogiar a Mestre em Direito de 29 anos por conta das videoaulas em direito tributário - a jovem é uma referência na área, graças à didática virtual. Interessada em lecionar desde a juventude, foi no decorrer do mestrado que Luma se dispôs a entrar noutro tipo de ambiente didático: o Ensino à Distância (EaD).

Ela explica: "Os cursos telepresenciais são mais econômicos para as instituições, porque eles não precisam de uma grande estrutura e de recursos humanos como os cursos comuns. Nesse sentido, garantem uma remuneração muito boa para o professor, porque adquirem os direitos de imagem por aula, geralmente em contratos prorrogáveis".

Impostos de renda, de importação, IOF são temas recorrentes associados ao seu nome em vídeos pela Internet. Parte das aulas de Direito Tributário, em que ela se especializou nestes seis anos, acumulam milhares de visualizações. A mestre reconhece que "muitos que interagem comigo nas redes sociais são alunos do Brasil inteiro, a repercussão via EaD é muito alta".

Alunos que se preparam para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) são a maioria de quem a assiste. Com uma caneta laser, slides e, por vezes, um microfone auricular, Luma está há seis anos no ramo. "A experiência me fez treinar a oratória e a voz, a postura e o vocabulário, a extroversão e o pensamento ágil. Até porque a câmera não permite o silêncio".

Nas plataformas

Enquanto por um lado, cursos via EaD exigem uma atualização permanente de quem ministra as aulas, por outro acrescentam uma credibilidade no currículo do docente. Por exemplo, Luma já conseguiu clientes que se interessaram que ela advogasse pelo domínio do tema no YouTube.

Na plataforma, há quem aborde desde a fórmula de Bhaskara até quem corrija o gabarito de concurso público para Enfermagem. Nesta aprendizagem 3.0, o professor expoente foi o deputado estadual Kenny Mendes, que acumula 87 vídeos com aulas de inglês e 812 mil inscritos no canal. Na plataforma ele trata desde entrevista de emprego até nomes de moedas na língua da rainha Elizabeth II.

Outros sites dispõem também de conteúdos e cursos online com serviços gratuitos ou pagos, a ponto tanto de quem queira estudar, quanto quem queira dividir conhecimentos, como Udemy, Coursera e EduK - os mais famosos do ramo. Por sua vez, o Superprof realiza o 'match' virtual de alunos e docentes. Em tal comunidade digital, são quase 400 inscritos só para ministrar aulas de reforço escolar na Baixada Santista, geralmente buscando complementar a renda.

Só que no site é possível optar por aulas à distância ou por presenciais. A vicentina Yngrid Monyque da Silva Gomes, de 28 anos, é uma das pessoas cadastradas na plataforma a fim de ensinar Português, desde 2018. "A concorrência é grande, se pelo menos tivesse três alunos ao mês via site, já estaria ótimo".

Embora formada em Pedagogia, atualmente precisa trabalhar na área de telemarketing. "Mas meus alunos no Superprof tiveram bom resultado", exemplifica Yngrid com o caso de um aluno que prestou e passou no concurso público de Guarda Civil de Praia Grande. Atualmente, até o Spotify via podcasts oferece partilhas de conhecimento no universo digital.

Nas Universidades

Na sala de aula, torna-se mais que essencial a interatividade com o mundo virtual, segundo o Doutor em Linguística Aplicada e professor universitário, Marcus de Souza Araújo. Para ele, o professor já não pode mais ser entendido como o detentor dos saberes, mas no papel de mediador, portanto, deve "apresentar uma nova postura nos contextos escolar e acadêmico face ao uso frequente das tecnologias de informação e comunicação por seus alunos".

Ele complementa que os estudantes: "estão conectados o tempo todo, em qualquer lugar, a qualquer hora, fora dos muros da escola", assim, caso não haja mudança na postura, o docente "deixará seus alunos cada vez mais desmotivados e isolados no ambiente escolar, e também no acadêmico".

Na Universidade Santa Cecília, cerca de 6 mil dos 16 mil alunos matriculados especificamente na graduação estão inseridos em cursos de EaD, de acordo com a reitora, a Profª. Drª. Sílvia Ângela Teixeira Penteado. "Essa modalidade já é uma realidade e praticamente, em todos os cursos, o mundo online está inserido, afinal, vivemos em uma sociedade digital".

Sílvia reitera que, nesse formato, o educador ganha o papel de mediação dos conteúdos. "O ensino é mais voltado ao diálogo em vez do discurso, mais interativo do que estático, e o que o aluno precisa é participar de um modo dinâmico, no tempo que dispõe, de todo o processo, de ser protagonista, formatar a sua própria aprendizagem". A exemplo da universidade, a reitora aborda sobre a questão dos estúdios e plataformas disponíveis para aulas e interatividade, como também na atenção que os educadores devem ter quanto a buscar a participação do estudante no decorrer dos cursos.

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