Empresária faz alerta de golpe que rouba WhatsApp de lojas

Uma empresária santista faz um alerta para um golpe que está sendo realizado na Baixada Santista onde os estelionatários realizam ligações telefônicas para os empreendimentos se passando por profissionais da Vigilância Sanitária. Munidos de inúmeras informações dos próprios estabelecimentos, o esquema tem o objetivo de tomar o número de telefone usado pelos locais para receber pedidos de clientes e pagamentos sem o conhecimento dos próprios que não estão conversando com funcionários das lojas.

O golpe motivou a empresária Roberta Torre, proprietária do Madalena Brigadeiros, a utilizar as redes sociais da loja para alertar outras pessoas donas de empreendimentos sobre como o golpe funciona. Em entrevista concedida ao Diário do Litoral, ela afirma que os criminosos são extremamente convincentes e já iniciam a conversa munidos de diversos documentos como CNPJ e inscrição estadual.

"Eles ligaram no meu telefone fixo da loja e falaram que eram da vigilância sanitária e que eles tinham recebido uma denúncia sobre a gente não estar cumprindo as regras do Covid e que na parte da tarde os fiscais iriam vistoriar sobre isso. Ele confirmou absolutamente todos os meus dados para a minha funcionária que atendeu, dados como CNPJ, razão social, e-mail, telefone, endereço, tudo", afirma.

Devido à riqueza de detalhes conhecidos, a atendente do estabelecimento prosseguiu na conversa por telefone sem desconfiar. Antes de desligar a ligação, os criminosos afirmaram que iriam enviar um SMS ao celular do estabelecimento para confirmar um protocolo que pertencia à instituição.

"Com esse código eles conseguiram ter acesso à minha conta do WhatsApp. Isso está acontecendo com muita gente, só que algumas pessoas passam o telefone pessoal e número é clonado, e não da empresa. É um alerta para realmente todo mundo ficar ligado porque os caras são bons", explica.

Cientes do que havia ocorrido, Roberta e seu marido conseguiram recuperar a conta que serve para atender pedidos em poucas horas, mas manterão uma segunda linha, já anunciada por meio de suas redes sociais, para atender a demanda. O Diário do Litoral entrou em contato com a Prefeitura de Santos para saber se é feito algum tipo de contato telefônico entre servidores municipais e munícipes.

Em nota, a Seção de Vigilância Sanitária, da Secretaria de Saúde de Santos (SMS), esclarece que não realiza contato por telefone com estabelecimentos comerciais para apuração de quaisquer denúncias. Todas as denúncias recebidas via Ouvidoria são averiguadas pessoalmente, sem aviso prévio, e todos os fiscais são devidamente uniformizados e identificados com crachá. Tratando-se este de um caso de golpe, as denúncias devem ser encaminhadas à Polícia Militar (PM).