Anvisa aprovou o uso do medicamento Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento da obesidade no país / Freepik
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A empresa farmacêutica Eli Lilly, fabricante do medicamento Mounjaro (tirzepatida), concluiu o primeiro estudo sobre o uso do remédio em crianças e adolescentes de 10 a 17 anos. Atualmente, não é aprovado para uso em menores de 18 anos no Brasil e nos Estados Unidos.
O estudo de fase três é considerado um passo relevante antes da aprovação do Mounjaro, um medicamento age no combate ao diabetes tipo 2 e à obesidade. A investigação trouxe dados exigidos pelas agências reguladoras sobre a segurança do remédio para consumidores jovens.
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O estudo contou com cerca de 99 jovens diabéticos dos Estados Unidos, Austrália, Brasil, Índia, Israel, Itália, México e Reino Unido, que receberam doses de 5mg, 10mg ou comprimido placebo toda semana. Nenhum deles conseguiu controlar eficientemente os níveis de açúcar no sangue com medicamento oral convencional, como a metformina, ou o uso de insulina basal.
Depois de 30 semanas, os pacientes jovens que tomaram Mounjaro tiveram redução média da hemoglobina glicada de 2,2 pontos percentuais. A redução também apareceu nos estudos daqueles que receberam doses semanais de 5mg. Entre os que receberam a dose de 10mg, a queda foi de 2,3 pontos percentuais. No grupo de placebo, a diminuição foi apenas de 0,05.
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Além disso, 70,8% dos menores que receberam 5mg de Mounjaro atingiram níveis de hemoglobina glicada menores que 6,5%, inferiores ao patamar de diabetes, enquanto 86,1% repetiram o sucesso com a dose de 10mg. A redução foi vista em apenas 27,8% dos participantes que tomaram apenas placebo durante o tratamento.
A média de redução do Índice de Massa Corporal (IMC) também foi alta com 9,3% nos jovens que receberam Mounjaro, enquanto a turma do placebo foi apenas 0,4%. O grupo que tomou doses semanais de 5mg diminuiu seu IMC em 7,4%, mas aqueles que recebiam 10mg chegaram à 11,2%.
Apesar da segurança do medicamento, o grupo apresentou efeitos colaterais semelhantes ao de outras faixas etárias estudadas pelo laboratório, incluindo diarreia (25% dos participantes), náusea (20%), vômito (14%) e dor abdominal superior (9%), todos de intensidade leve à moderada.
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Dentre estes, cerca de 3% dos pacientes tiveram que interromper seu tratamento pelos desconfortos. Mas ninguém apresentou quadros graves de hipoglicemia. Num geral, o laboratório considerou que o Mounjaro demonstrou melhorias no controle de peso e de açúcar no sangue, inclusive em jejum.
Os resultados da pesquisa foram apresentados no Encontro Anual da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, e posteriormente publicados na revista científica The Lancet.