Cotidiano

Em 14 anos, avança 105% número de lares chefiados por mulheres

Autossuficência, liberdade e a construção cultural do protagonismo feminino é o que faz com que as mulheres, hoje, ocupem lugares que antes eram impossíveis.

Andressa Aricieri

Publicado em 15/10/2018 às 12:25

Atualizado em 25/10/2018 às 11:43

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A socióloga Renata Daniel afirma que toda mudança social corresponde a eventos ocorridos em esferas culturais, políticas e econômicas. / Arquivo/Agência Brasil

Uma pesquisa encomendada pela revista Época com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, mostra que o número de mulheres chefes do lar no Brasil mais que dobrou em 14 anos. De 14,1 milhões lares chefiados por elas em 2001, a estatística mostra 28,9 milhões em 2015. O avanço é de 105%.

Os dados indicam um avanço nas relações de gênero, mas inúmeros desafios, tais como a divisão mais igualitária nos afazeres domésticos ainda precisam ser superados. A pesquisa questionou quem era a pessoa de referência do lar - aquela citada pelos membros da casa como quem paga as contas e toma as decisões familiares importantes.

O comum eram as mulheres responsáveis pela casa quando moravam sozinhas e sem filhos. Entretanto, este fato vem mudando ao longo dos anos e hoje elas podem assumir a responsabilidade até mesmo quando há um cônjuge ou criança. Maíra Dias de Souza, 38, tem um filho de 14 anos que já trabalha, mas ela comanda a casa sozinha. “Sempre tive minha independência financeira desde antes de ser mãe. Tive uma educação feminista. Minha mãe sempre geriu nosso lar por ela mesma”, comenta.

A socióloga Renata Daniel afirma que toda mudança social corresponde a eventos ocorridos em esferas culturais, políticas e econômicas. Ela conta que o empoderamento feminino dos dias atuais se deve a processos históricos, avanços no cenário político, além da liberdade sexual e intelectual.

“Ser chefe de família hoje não corresponde apenas à necessidade econômica de suprir a falta masculina no orçamento, mas é também por escolha e autossuficiência delas”, explica a socióloga.

Mas será que as mulheres vão continuar a crescer nesse cenário? Maíra e Renata acreditam que sim e, por causa de tudo o que todas já enfrentaram na vida, a ideia é que o crescimento e a visibilidade não parem. O empoderamento feminino e a sororidade (movimento que as mulheres se unem baseando-se no companheirismo e a empatia) é onde muitas conseguem encontrar forças para mudar o patriarcado. O machismo, apesar de ainda recorrente, perde forças com as ações que elas propõem, com visão de mudar o mundo.

“Autossuficiência, liberdade e a construção cultural do protagonismo feminino é o que faz com que as mulheres, hoje, ocupem lugares que antes eram impossíveis”, explica Renata.

“O futuro é feminino. A força da mulher é cheia de sensibilidade e de amor ao próximo. Por isso, ela é capaz de grandes mudanças que a sociedade precisa”, finaliza Maíra.

 

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