Cotidiano

‘É um momento propício para se falar de Bonifácio’

Alexandre Borges visita a redação do Diário do Litoral, fala sobre teatro, Santos e seus projetos futuros na TV

Publicado em 05/09/2013 às 22:25

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Para divulgar o espetáculo ‘Ópera Samba José Bonifácio de Andrada e Silva’ e para iniciar as comemorações dos 15 anos do Diário do Litoral, o ator global Alexandre Borges visitou a redação do jornal na tarde desta quinta-feira (5).

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O intérprete do patriarca da Independência falou sobre o espetáculo que acontecerá neste fim de semana em Santos, sobre a sua relação com a Cidade e com o pai Tanah Corrêa, e sobre o seu novo papel da TV, na próxima novela das 7, da Rede Globo:

Diário do Litoral - Para você que nasceu em Santos, qual a importância de interpretar José Bonifácio, personagem  importante para a história da cidade?

Alexandre Borges - Santos é uma das cidades mais antigas do Brasil e sempre teve um movimento político, de cidadania, de atuação, de sindicato, de pessoas politizadas, sempre pensou no País. O santista por si só é aguerrido, batalhador, contestatório. Então, sendo José Bonifácio um herói nacional, o patriarca da Independência, um nome tão importante para Santos, é muito emocionante reviver esse período da história. São pessoas que pensaram no Brasil, batalharam pelo País, que se arriscaram, que foram contra forças políticas poderosas, o que tem um paralelo muito forte com os dias de hoje. As pessoas estão tentando novamente buscar esta cidadania, esta contestação, esses ideais mais comprometidos com uma nação. É um momento propício para se falar de José Bonifácio. Além de que, para mim, é muito importante essa interação com todos os atores de Santos, amadores, grupos, músicos e com várias gerações participando do evento.

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Ator Alexandre Borges visita a redação do Diário do Litoral

Alexandre Borges visitou a redação do Diário do Litoral (Foto: Matheus Tagé/DL)

DL - É um trabalho diversificado com teatro, dança, música, capoeira. É importante esta mistura? Você está acostumado com este tipo de espetáculo?

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Borges - Eu fiz a encenação do José Bonifácio há 10 anos, fiz Martim Afonso em São Vicente e fiz o Dom Pedro em Cubatão. Tenho uma experiência em peças ao ar livre, com muitos atores, com essa interação de grupos locais. Para mim é muito importante misturar estes tipos de linguagem e dá certo. Para o público é um espetáculo variado, onde ele pode curtir várias coisas e aprender um pouco da história da Cidade.

DL - Há uma diferença em interpretar o José Bonifácio e o Martim Afonso, mesmo que em um contexto parecido - personagens históricos em apresentações ao ar livre?

Borges - Martim Afonso tem uma coisa interessante. O espetáculo acontece exatamente onde a história se passou. Na praia, eu chegava em veleiro, desembarcava na areia e entrava naquela história assim como aconteceu realmente. É a recriação da história do momento da fundação de São Vicente. Mas de alguma maneira, eles são parecidos nesta questão da integração com os atores regionais. As duas coisas se parecem um pouco, mas em pontos históricos diferentes: o Martim Afonso na época da descoberta do Brasil e José Bonifácio na época da Independência. Mas envolvem a mesma emoção. Heróis que se sacrificaram e doaram a sua vida pelo País.

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DL - E como é ser dirigido pelo seu pai, Tanah Corrêa?

Borges - É muito bom. Eu acho que o Tanah domina muito todas essas manifestações culturais na Baixada Santista. Ele é uma pessoa muito envolvida com várias gerações e já formou muita gente. Ele conhece, ele gosta, ele valoriza, ele tem um cuidado estético, ético, é um cara correto, buscando sempre uma melhoria local, até abrindo mão de certas vaidades pessoais. Então, para mim, é uma alegria muito grande. Essa paixão, esse amor, essa batalha, o dia-a-dia de um artista, eu vi muito nele. Eu cresci vendo isso e foi muito importante para a minha formação. A gente tem uma relação de pai e filho em que o teatro sempre esteve envolvido. O teatro sempre foi uma ponte entre nós.

DL - Então, para você, atuar em Santos sendo dirigido pelo seu pai deve trazer boas lembranças da Cidade.

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Borges - Traz muitas lembranças boas. Você vai andando por Santos, andando por lugares e lembrando. Hoje mesmo, passei por lugares que eu vi e lembrei: ‘poxa, eu vim aqui com 7 anos de idade’. Minha mãe trabalhava no Centro e eu passava exatamente por essa rua. Eu morava no Embaré, pegava o ônibus e cruzava a General Câmara. Em Santos, eu vejo a minha infância, meu começo de carreira, vejo minha trajetória toda. Mas o mais importante é ver que a gente está aqui, fazendo teatro, fazendo o que gosta, procurando sempre fazer melhor.

DL - Você já tem algum novo projeto em vista para a TV?

Borges - Eu vou fazer uma novela das 7, que vai estrear em novembro e vai se chamar ‘Além do Horizonte’, com a direção do Ricardo Waddington, o mesmo diretor de ‘Avenida Brasil’. Estou feliz com este novo trabalho. Atualmente, eu continuo fazendo um espetáculo de teatro ‘Poema Bar’, que é um recital de poesias de Fernando Pessoa e Vinícius De Moraes. É um projeto que envolve Portugal também. Faz parte do espetáculo português ‘Um Pianista’ e tem uma cantora de Portugal, Sofia Vitória, e uma cantora brasileira, Mariana Moraes – neta do Vinícius de Moraes, e o pianista João Vasco. Nós já estamos há dois anos com o espetáculo e, futuramente, eu quero muito trazer para cá. Eu já fiz Cubatão e São Paulo, em um ano importante que é o centenário de Vinícius de Moraes.

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DL - E o novo personagem de ‘Além do Horizonte’ vai seguir a linha cômica? Como é o personagem?

Borges - Não, a novela vai ser um pouco mais de mistério e aventura. Uma história de ação mesmo. Pessoas que, em um determinado momento da vida, perceberam que estavam infelizes, resolvem ter uma nova vida e largam tudo. Elas desaparecem, as famílias não vão saber onde elas estão. No desenrolar da história, vai se criando uma nova sociedade, um novo jeito de se viver em plena Floresta Amazônica. Então, a história será contada por estas pessoas que estão indo para este lugar e as outras que continuam na cidade e não sabem o que está acontecendo. Será uma história de mistério.

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