Cotidiano

E se o Sol nos atacasse hoje? Simulação mostra o impacto de uma supertempestade

Teste espacial revela o que aconteceria com satélites, redes elétricas e internet se uma tempestade solar extrema atingisse a Terra

Giovanna Camiotto

Publicado em 20/10/2025 às 16:40

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Por mais incrível que pareça, a agência alerta que o fenômeno não é mera hipótese / Unsplash

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A Agência Espacial Europeia (ESA) realizou um experimento inédito para descobrir o que aconteceria se uma tempestade solar do tipo Carrington — a mais intensa já registrada, em 1859 — atingisse a Terra nos dias de hoje, em plena era digital.

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A simulação foi conduzida no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC), em Darmstadt, na Alemanha, e analisou o impacto de uma erupção solar de classe X45, capaz de lançar uma ejeção de massa coronal a mais de 2.000 km por segundo em direção ao planeta.

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O resultado? Um verdadeiro caos tecnológico. O aumento da densidade atmosférica projetado pelo modelo elevaria o risco de colisões entre satélites, encurtaria a vida útil das naves em órbita e provocaria falhas em redes elétricas. Até auroras boreais em regiões tropicais foram previstas.

“Isso afetaria o risco de colisões e reduziria o tempo de operação dos satélites por causa do maior consumo de combustível”, explicou Jorge Amaya, coordenador de Modelagem de Clima Espacial da ESA.

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A ESA simulou uma tempestade solar extrema para entender como o mundo reagiria hoje/Unsplash
A ESA simulou uma tempestade solar extrema para entender como o mundo reagiria hoje/Unsplash
O risco de colisão entre satélites aumentaria até cinco vezes durante o evento/Unsplash
O risco de colisão entre satélites aumentaria até cinco vezes durante o evento/Unsplash
Auroras poderiam surgir em regiões tropicais  e até no Brasil/Unsplash
Auroras poderiam surgir em regiões tropicais e até no Brasil/Unsplash
O projeto europeu D3S vai criar uma rede global para monitorar o "humor" do Sol/Unsplash
O projeto europeu D3S vai criar uma rede global para monitorar o "humor" do Sol/Unsplash
Cientistas alertam: a questão não é se vai acontecer, mas quando/Unsplash
Cientistas alertam: a questão não é se vai acontecer, mas quando/Unsplash

A agência alerta que o fenômeno não é mera hipótese. “A principal lição é que não se trata de saber se vai acontecer, mas quando”, disse Gustavo Baldo Carvalho, chefe de simulação do satélite Sentinel-1D, lançado paralelamente ao teste.

O Sol passa por ciclos de atividade de 11 anos, e o atual — o Ciclo Solar 25 — está em seu pico máximo. A NASA já confirmou que o número de erupções solares tem sido muito superior ao previsto, o que reforça a importância de planos de defesa planetária.

Para se preparar, a ESA desenvolve o Sistema Distribuído de Sensores de Clima Espacial (D3S), uma rede de satélites projetada para monitorar em tempo real a atividade solar e seus efeitos sobre o campo magnético terrestre. A expectativa é que as informações ajudem governos e empresas a proteger infraestruturas críticas, como redes elétricas e sistemas de comunicação global.

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Em 1859, o Evento Carrington gerou falhas em telégrafos e auroras visíveis até em Cuba. Se algo semelhante ocorresse hoje, os impactos seriam exponencialmente maiores — atingindo desde bancos e GPS até a própria internet.

O recado da ESA é claro: estamos mais vulneráveis do que nunca. E quando o Sol resolver rugir de novo, a Terra precisa estar pronta para ouvir.

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