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Cotidiano

É fácil encontrar um orelhão funcionando em Santos?

A Reportagem percorreu o centro da cidade e a Avenida Ana Costa para saber como anda o estado de conservação dos aparelhos e se é fácil conseguir cartões telefônicos

Vanessa Pimentel

Publicado em 05/02/2018 às 10:39

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Uma chamada por dia, com dois minutos de duração. Estes são os dados registrados pela vivo em 55% dos orelhões da cidade, no período de janeiro a agosto de 2017. 30% não tiveram utilização / Paulo Villaça

Solitários pelas ruas e esquinas, os orelhões vão passando despercebidos dia a dia. Um dos fatores que influencia o isolamento dos telefones públicos é a popularização dos celulares. 

Mesmo assim o Estado de São Paulo ainda conta com 179,3 mil orelhões. Só em Santos há 1.741, densidade que, de acordo com a Vivo, concessionária responsável pelo serviço na região, segue a determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). 

A Reportagem percorreu o centro da cidade e a Avenida Ana Costa para saber como anda o estado de conservação dos aparelhos e se é fácil conseguir cartões telefônicos. 

O primeiro lugar visitado foi a Praça dos Andradas, em frente à rodoviária. O único telefone do local funciona normalmente e foi higienizado em oito de janeiro, conforme etiqueta colada no aparelho. Já na rodoviária, dos cinco orelhões existentes, um apresentou problemas no visor - o que não permitia ver o número discado – e o outro na tecla de número ‘4’. 

Não houve dificuldade para encontrar cartões telefônicos, vendidos em duas bancas que ficam dentro do equipamento. De acordo com a vendedora de uma delas, a procura por cartões caiu muito e não mais que 20 são vendidos por semana. Os valores variam de R$5 a R$7, dependendo da quantidade de unidades (20 e 40). 

Na Praça Antônio Telles, o único orelhão existente estava bem conservado e funcionando e há cartões na banca em frente. Por ali, a procura por eles é menor do que na rodoviária e varia de três a cinco por semana, segundo o vendedor. 

“Caiu bastante, quase não vendemos mais cartões. Todo mundo hoje em dia tem celular, então usar orelhão é raro”, diz o comerciante. 

Já na Praça Mauá, dos dois orelhões instalados, um funciona e o outro não: o motivo, segundo os entrevistados, seria uma moradora em situação de rua que quebra o telefone devido à crises nervosas.

“Ela parece ter ataques e começa a chutar tudo. Há uns dois meses o telefone estava funcionando, mas ela veio e quebrou de novo”, diz um vendedor de uma loja em frente. 

Há duas bancas na praça, em uma delas saem em torno de 15 cartões, já na outra não passa de três. 

Ana Costa

No percurso feito pela Avenida Ana Costa (sentido praia), dos oito orelhões testados, seis não funcionavam. O que fica em frente ao hipermercado Extra está quebrado, aparentemente por vandalismo, há mais de seis meses, segundo um comerciante que trabalha em frente ao local.

Os outros orelhões não apresentaram sinais de depredação, mas não foi possível realizar ligações porque estavam sem linha. Todas as bancas consultadas tinham cartões telefônicos para vender. 

Respostas

A Vivo informou que enviou uma equipe aos locais mencionados pela reportagem para averiguar os aparelhos danificados. 

Também explicou que de janeiro a agosto de 2017, cerca de 55% dos telefones de uso público tiveram utilização de 1 crédito por dia (equivalente a uma chamada de dois minutos) , e 30% não tiveram utilização. Os outros 15% da planta de TUPs tiveram utilização de 2 créditos por dia.

Anatel 

Em relação à atualização do Plano Geral que sugere, entre outras mudanças, que a distância entre as cabines seja ampliada de 300 metros para 600 metros, a Anatel explicou que o decreto ainda em vigor é o 7.512/2011, que mantém as atuais metas de densidade e distância de TUP (Telefone de Uso Público) no país.

Para o período 2016/2020 de revisão dos contratos de concessão da telefonia fixa, foi iniciado o processo para revisão do Plano Geral de Metas de Universalização do Serviço de Telefônico Fixo. Em 9 de janeiro do ano passado, a Anatel aprovou a minuta do Plano Geral, que deve ser analisada pelo Conselho Consultivo da companhia. Posteriormente, ela será encaminhada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, já que a pasta é que decide sobre a publicação de um novo decreto com novas metas de universalização.

Em relação a modernizar os serviços oferecidos pelos orelhões como, por exemplo, substituí-los por pontos de distribuição de wi-fi ou rede 3G/4G, a Anatel explicou que esta possibilidade não está prevista. Contudo, o plano ainda será analisado pelo Ministério e novas metas podem ser incluídas.

Quanto à fiscalização do serviço oferecido, pode ocorrer de duas formas: remotamente, analisando informações prestadas pelas operadoras e de seus sistemas de Supervisão Remota, utilizado pelas prestadoras para gerenciar o funcionamento dos orelhões instalados na planta; e presencialmente, quando os Agentes de Fiscalização da Anatel realizam in loco diversas verificações das obrigações de funcionamento dos orelhões.

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