Cotidiano
Projetos têm previsão de serem executados do quinto ao oitavo ano da concessão; CNL diz que outras melhorias estão programadas
Programa de ampliação e melhoramentos previsto em contrato vai entregar 44,6 quilômetros de duplicação na SP-055 / Marcio Ribeiro/DL
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Se você pensa que a concessão da rodovia Padre Manuel da Nóbrega à iniciativa privada veio primeiro para beneficiar a população, parece que a sua estrada não é bem essa.
A Concessionária Novo Litoral (CNL), vencedora do trecho que liga Praia Grande à BR 116, no Vale do Ribeira, primeiro vai cobrar os pedágios e só depois vai entregar o benefício sonhado, que é a duplicação no trecho entre Peruíbe e Miracatu.
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Em nota enviada à redação, a CNL informou que o programa de ampliação e melhoramentos previsto em contrato vai entregar 44,6 quilômetros de duplicação na SP-055 – Rodovia Padre Manuel da Nóbrega, entre Praia Grande e Miracatu. Os projetos têm previsão de serem executados do quinto ao oitavo ano da concessão, isto é, só a partir de 2029, se considerar que 2025 é o primeiro ano.
“É importante mencionar que outras importantes melhorias estão programadas no trecho, entre elas, a construção de 83 quilômetros de vias marginais, 37,4 quilômetros de ciclovias, 26 dispositivos de acesso e retorno, cinco obras de artes especiais, 11 passarelas para pedestres – e adequação de 23, entre outras melhorias”, segue a nota.
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A espera por cinco anos ou mais para começar a duplicar o trecho contrasta com a pressa em cobrar os pedágios, que foram primeiros instalados exatamente no trecho de pista simples, onde as cidades são mais carentes, com trechos de curvas, serras, sujeito a neblina e com alto índice de acidentes.
A nota da CNL segue mostrando os benefícios e os trabalhos já realizados pela concessionária, serviços essenciais por sinal, mas que já eram, de certa forma, prestados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de forma gratuita.
“Além dessas obras que vão transformar a Padre Manuel da Nóbrega, os motoristas já contam com uma estrutura operacional completa e ativa 24 horas por dia, que inclui atendimento pré-hospitalar com UTIs móveis, remoção de veículos, inspeção viária, combate a incêndios e oito Postos de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAUs). Paralelamente, está em andamento um amplo programa de conservação viária, com foco na melhoria do pavimento, sinalização, drenagem, contenções e outros aspectos fundamentais para garantir mais segurança, conforto e fluidez no tráfego.”
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Pedro de Toledo, última cidade por onde passa a rodovia, vai ficar isolada por conta de dois pedágios instalados nas saídas do município, deixando o morador sem escapatória, seja no sentido BR 116, seja no sentido de Itariri ou às praias de Peruíbe, que são as mais próximas. Falando em Itariri, um pórtico vai isolar o distrito de Ana Dias do seu município sede.
Vale lembrar que as cidades da Baixada Santista possuem outras vias de trânsito, enquanto essas duas cidades do Vale do Ribeira não possuem outra forma de ligação com os bairros que não seja feita pela rodovia e também não há marginais em todo o trecho de pista simples, que começa em Peruíbe.
Um grupo composto por alguns vereadores da região estão mobilizados para tentar reverter esse cenário ou ao menos diminuir o número das praças de cobranças. Uma reunião foi realizada em Peruíbe no final de julho para debater o tema e um protesto pacífico foi feito em Praia Grande, também no mês passado, ambos pela UVEBS (União dos Vereadores da Baixada Santista), mas ainda sem nenhum resultado concreto.
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A intenção deles é tentar agendar uma reunião com o governador do estado, Tarcísio de Freitas, mas até agora as solicitações não foram atendidas. Os parlamentares municipais contam ainda com outro grupo formado por alguns deputados eleitos na região, como Caio França.