Cotidiano

Domésticas da Baixada se organizam para criar sindicato

Projeto quer unir categoria espalhada pelos nove municípios da região e eleger diretoria para o primeiro sindicato próprio até dezembro

Da Reportagem

Publicado em 16/07/2025 às 20:00

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O Coletivo de Trabalhadoras da Baixada Santista dedica essa iniciativa à memória de Laudelina de Campos Melo / Freepik

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O Coletivo de Trabalhadoras da Baixada Santista está iniciando o projeto “Fortalecendo as Trabalhadoras Domésticas da Baixada Santista”, com o objetivo de mobilizar e organizar as empregadas domésticas da região para a organização de um sindicato próprio.

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A primeira reunião acontece no próximo domingo, dia 20 de julho, das 16h às 18 h, na sede do Partido dos Trabalhadores da cidade, sito a Rua Alcindo Guanabara, 37 Esmeralda - Praia Grande. A entrada é franca a todos os interessados no tema. 

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A iniciativa é realizada em parceria com o Instituto Caxangá, com apoio da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos, por meio do edital “Fortalecendo Trabalhadores Informais na Luta por Direitos” 

O projeto prevê a realização de nove reuniões presenciais — uma em cada cidade da Região Metropolitana da Baixada Santista — além de formações sobre direitos trabalhistas e proteção social, orientação jurídica, produção de material informativo e ações permanentes nas redes sociais. 

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Segundo o cronograma proposto, a ação termina em dezembro, com a realização da Assembleia de eleição e posse da nova diretoria do Sindicato das Empregadas Domésticas da Baixada Santista, um marco histórico para a categoria na região.

“Essas trabalhadoras por muito tempo ficaram invisíveis, em situação de informalidade e desproteção. Com este projeto, queremos assegurar a elas direitos, acesso à informação e a valorização da economia do cuidado”, afirma Paula Ravanelli, advogada e coordenadora do projeto, em nome do Coletivo.

A proposta visa enfrentar a precarização do trabalho doméstico e dar visibilidade a uma categoria formada majoritariamente por mulheres negras. Segundo dados da Pnad Contínua do IBGE, analisados pelo Dieese, cerca de 76% das trabalhadoras domésticas no Brasil atuam sem registro em carteira, o que demonstra o grau de informalidade e vulnerabilidade social desse grupo.

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Ao longo dos próximos meses, o projeto também desenvolverá uma cartilha e campanhas de comunicação digital com conteúdo educativos, enquetes e vídeos para ampliar o alcance das ações e fortalecer a articulação com outras entidades sindicais e movimentos sociais.

O Coletivo de Trabalhadoras da Baixada Santista dedica essa iniciativa à memória de Laudelina de Campos Melo, pioneira na luta das trabalhadoras domésticas no Brasil, que iniciou sua militância sindical justamente neste território. Seu legado inspira a construção de um sindicato forte, enraizado nas lutas históricas e no protagonismo das mulheres negras da região.

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