Cotidiano
A variante menos agressiva já afeta os agricultores brasileiros há décadas, mas a preocupação agora é com a chegada desta variação mais devastadora
Essa praga, que afeta bananeiras, pode levar à morte da planta em questão de meses / Freepik
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Uma variante mais perigosa da doença fúngica, conhecida como Mal-do-Panamá (Murcha de Fusarium), avança sobre a América Latina e ameaça cruzar a fronteira brasileira. Essa praga, que afeta bananeiras, pode levar à morte da planta em questão de meses e não há qualquer tipo de controle químico contra ela.
A variante menos agressiva já afeta os agricultores brasileiros há décadas, mas a preocupação agora é com a chegada desta variação mais devastadora, chamada de raça 4 tropical (R4T).
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O pesquisador da Embrapa Edson Perito Amorim explica que essa doença é extremamente perigosa e ataca qualquer tipo de bananeira, conduzindo a planta à morte em poucos meses.
Como não há controle químico contra ela, a única alternativa é deixar de cultivar a fruta, isso em um cenário onde não se tem uma cultivar resistente (variedade com características genéticas que a tornam a planta menos suscetível a doenças, pragas ou condições adversas). Para o especialista, a entrada da R4T no Brasil teria um impacto “catastrófico” na cadeia produtiva nacional.
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Alguns países produtores da América Latina, como a Colômbia e o Peru, já confirmaram casos da fusariose tropical, o que mostra que o risco não é pequeno. Apesar do Brasil estar livre da praga, por enquanto, o especialista reforça que a chegada é apenas uma questão de tempo.
O Mal-do-Panamá é uma doença que afeta alguns cultivares de bananas, de um modo especial a banana maçã e também, as variedades prata e pacovã. As plantas são atacadas em reboleiras (mancha ou área definida de plantas de menor porte, amareladas ou subdesenvolvidas em uma lavoura ou campo), reduzindo a produção, matando e inviabilizando a exploração.
A Embrapa anunciou que já desenvolveu e colocou à disposição três cultivares resistentes à Murcha de Fusarium, inclusive à temida R4T. São elas a BRS Platina, a BRS Princesa e o híbrido Embrapa 2, ainda em fase de finalização, mas com previsão de lançamento comercial em 2026.
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“Em parceria com uma instituição da Colômbia, chamada AgroSavia, a Embrapa testou essas três cultivares para saber se sobrevivem na presença de R4T, o Mal-do-Panamá e, felizmente, as três são resistentes. É uma notícia fantástica para a segurança dos produtores brasileiros na eventual entrada dessa terrível doença no país”, disse Edson Amorim.
O objetivo é prevenir o desabastecimento da fruta nos mercados e o aumento considerável dos preços. As três cultivares podem ajudar também contra a Sigatoka-negra, outra doença que também prejudica as lavouras.
No portal da Embrapa há mais informações a respeito, caso você queira se aprofundar neste assunto.
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