Cotidiano

Divertidos, fantoches são uma excelente ferramenta na educação escolar

Grupo Primavera, de Campinas, capacita professores da rede pública para utilização dos bonecos na prática pedagógica.

Thaís Moraes

Publicado em 04/05/2019 às 07:31

Atualizado em 04/05/2019 às 11:50

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Professores da rede municipal de Santos aprendem a utilizar os fantoches em sala de aula. / Nair Bueno/DL

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Famosos há décadas nos programas de televisão, os fantoches até hoje são utilizados para divertir espectadores de todas as idades.
 
Coloridos, engraçados e agradáveis de manusear, representam tudo o que as crianças gostam, mas ainda são pouco vistos como um importante instrumento para auxiliar na prática pedagógica. 

 O Grupo Primavera, organização da sociedade civil (OSC) criada em 1981 e situada em Campinas (SP), enxergou a possibilidade de trabalhar com fantoches em 2006 e desde então realiza capacitação de professores da rede pública de ensino com o Projeto Teatro de Fantoches. 

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Nesses encontros, os educadores aprendem a utilizar os bonecos corretamente em sala de aula para que transmitam os conteúdos pedagógicos de forma mais leve e divertida. 
 
"É um recurso muito eficiente não só por utilizar o lúdico no ensino, mas pela capacidade que dá à criança de se expressar. Quando ela pega o fantoche é o boneco que está falando. Com essa liberdade, ela revela alegrias, angústias e formas de ver o mundo", esclarece e arte-educadora responsável pelas capacitações, Léia Simioni.
 
A iniciativa já passou por Manaus, Recife, Belo Horizonte, São Paulo e neste ano chegou a Santos pela primeira vez para capacitar 51 educadores de 21 escolas municipais de educação infantil e sete núcleos do Programa Escola Total/Jornada Ampliada. Segundo a Prefeitura, mais de 5.500 crianças serão beneficiadas.
 
Junto com a capacitação, realizada nos dias 16 e 30 de abril, 30 instituições receberam um kit com um cenário e 16 fantoches: dois meninos, duas meninas, gato, cachorro, alface, tomate, banana, semáforo, carro, motoqueiro, guarda de trânsito e smartphone. Mais dois encontros com outros 60 profissionais serão feitos nos dias em 4 e 11 de junho.
 
Todos os bonecos, criados pela gerente de produto Josiane Brito, ganham forma com a ajuda de 12 costureiras da comunidade Jardim São Marcos, local de alta vulnerabilidade onde o Grupo Primavera está localizado. As escolas também recebem um livro pedagógico com explicações, técnicas de manuseio e sugestões de histórias. 
 
"Apesar de dar ideias, incentivamos que os professores criem, junto com as crianças, histórias a partir da realidade deles, do contexto social em que estão inseridos", explica a gestora executiva do Grupo Primavera, Ruth de Oliveira.
 
O educador João Henrique Nunes, professor de artes cênicas em dois núcleos do Programa Escola Total, conta que a maioria dos seus alunos, de seis a 11 anos, nunca tinha tido contato com esse tipo de boneco. "A euforia foi tanta que uma aluna até se emocionou. Apresentei os fantoches e eles já estão aprendendo a manusear e criar vozes diferentes para cada um. Vou utilizar o recurso para trabalhar valores. O teatro, seja o tradicional ou de fantoches, permite viver várias vidas numa só e isso ensina a ter empatia".
 
Além de utilizar os bonecos para contação de histórias, a professora de creche Andréia Pinho vai usá-los para abordar assuntos relacionados ao dia a dia. “Vou falar sobre temas mais concretos, como alimentação e resolução de conflitos”, diz.
 
Brincar com fantoches ajuda ainda a atrair a atenção das crianças para apresentar novos conteúdos, a trabalhar oralidade e timidez, comunicação, organização do pensamento, argumentação, observação, imaginação, cooperação, coordenação motora, tomada de decisões, improvisação, resolução de conflitos, ampliação de vocabulário, percepção do bem e do mal, gosto pelas expressões artísticas etc.
 
“É ferramenta, é brinquedo e é uma manifestação de arte. Infelizmente ainda muito pouco utilizada na sala de aula”, acrescenta Léia.
 
 
Viabilizado pela Lei Rouanet
 
 
O Projeto Teatro de Fantoches é realizado por meio do Programa de Apoio à Cultura (Pronac), implementado pela Lei Rouanet, conhecida por sua política de incentivos fiscais para projetos e ações culturais, nos quais empresas e pessoas físicas podem aplicar parte do Imposto de Renda devido.
 
A Uber, parceira da organização desde dezembro de 2017, escolheu as cidades de Santos, Campinas e Osasco para aplicação do projeto, que neste ano tem como tema “Segurança no Trânsito”.

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