Cotidiano

Dispositivo brasileiro revela aditivo perigoso escondido em vinhos e sucos; entenda

Pesquisadores criaram sensor sustentável de cortiça e laser capaz de identificar nitrito de sódio, substância cancerígena proibida em bebidas

Luana Fernandes Domingos

Publicado em 31/10/2025 às 10:55

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Dispositivo é capaz de detectar nitrito de sódio (NaNO), proibido em bebidas por seu potencial cancerígeno / Freepik

Continua depois da publicidade

Um novo sensor desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promete reforçar o controle de qualidade de bebidas consumidas no dia a dia — como vinho, suco de laranja e água mineral.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O dispositivo é capaz de detectar nitrito de sódio (NaNO), um aditivo químico usado para conservar e dar cor a produtos como salsichas, presuntos e bacon, mas que é proibido em bebidas por seu potencial cancerígeno.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Cervejas podem ser adulteradas? O golpe que pode estar chegando ao seu bar

• Metanol: cidade do litoral faz fiscalização educativa sobre venda e consumo de bebidas

• 1,8 mil lacres falsos são apreendidos em operação contra bebidas adulteradas

O composto pode gerar nitrosaminas, substâncias associadas ao desenvolvimento de câncer quando ingeridas em excesso.

Veja também: O que significa quando garrafas de vinho são pretas: para que servem e qual a função?

Continua depois da publicidade

“Esse risco nos motivou a desenvolver uma forma simples, rápida e acessível de detectar o composto e garantir a segurança do consumo”, explica o professor Bruno Campos Janegitz, coordenador do Laboratório de Sensores, Nanomedicina e Materiais Nanoestruturados (LSNano) da UFSCar.

Veja como é o dispositivo que consegue detectar o nitrato de sódio em bebidas:

Dispositivo foi produzido com cortiça, material usado em rolhas de vinho

Continua depois da publicidade

O estudo, publicado na revista científica Microchimica Acta, mostra que o sensor é eficiente e sustentável. Ele foi produzido a partir de cortiça, material natural usado em rolhas de vinho, que foi modificada com marcas a laser capazes de transformá-la em grafeno — um condutor elétrico altamente sensível.

“A luz do laser desenha caminhos sobre a cortiça, tornando-a condutora o suficiente para identificar o nitrito”, explica Janegitz.

Para aprimorar o dispositivo, os pesquisadores aplicaram um spray impermeável e uma camada de esmalte de unhas, delimitando a área de detecção.

Continua depois da publicidade

Veja também: Entenda por que os garçons dão a rolha do vinho para os clientes após abrir a garrafa

As amostras de bebidas testadas — água, suco de laranja e vinho — apresentaram resultados promissores, com alta sensibilidade e estabilidade na identificação do aditivo.

Embora ainda em fase de validação laboratorial, o projeto, apoiado pela FAPESP, representa um passo importante para tornar o controle de qualidade mais rápido, barato e ecológico.

Continua depois da publicidade

“Esse estudo é fruto do trabalho coletivo de nossos alunos e bolsistas”, destaca Janegitz.

O artigo completo, intitulado "Cork-based electrochemical sensors obtained by laser-induced graphene: A green alternative for sodium nitrite detection in beverage samples", pode ser acessado aqui.

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software