*Imagem meramente ilustrativa, que não representa a praia e nem a explosão / Foto de Pixabay em Pexels
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A tranquilidade da bucólica praia das Toninhas, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo no início de tarde de 7 de setembro de 1957 foi interrompida por um burburinho entre os banhistas, que apontavam para algo estranho que repentinamente surgiu no céu e emanava uma luz intensa.
De acordo com relatos de testemunhas à época, o disco voador em altíssima velocidade estava prestes a se chocar com a água quando conseguiu realizar uma manobra brusca para cima, evitando o choque. Mas, inexplicavelmente, acabou explodindo em seguida. Após a explosão, vários estilhaços em chamas caíram sobre o mar e na areia da praia, próximo aos banhistas.
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Alguns desses fragmentos foram recolhidos pelos populares, que relataram que o material era leve como papel, apesar do aspecto metálico.
Em pouco tempo, o fato inusitado ganhou as manchetes dos jornais e revistas à época e chamou a atenção dos militares, que também recolheram amostras para pesquisas do que restou da explosão e, segundo ufólogos, tais análises continuam secretas até hoje.
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Não há informações sobre se aquele objeto voava remotamente ou se era conduzido por algum tipo de tripulação. Também não há relatos sobre o surgimento de corpos ou algum vestígio de vida. Não há relatos sobre a localização do que teria restado da nave após a explosão, pois, segundo as testemunhas, ela teria se desintegrado por completo.
Um morador da praia das Toninhas que testemunhou a queda da nave enviou uma carta anônima para o jornal "O Globo", contando detalhes sobre o incidente. No envelope, endereçado ao colunista Ibrahim Sued, a testemunha colocou alguns dos fragmentos recolhidos na praia.
A reportagem de "O Globo" sobre o caso em Ubatuba foi publicada em 14 de setembro de 1957, com base na carta enviada pelo morador. A notícia chamou a atenção do ufólogo Olavo Fontes, renomado investigador de OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados) à época. O colunista, que não teria acreditado na história, apesar de ter publicado o relato, repassou os fragmentos para o especialista.
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Os fragmentos foram enviados pelo ufólogo para o então Departamento Nacional de Produção Mineral, órgão do Ministério da Agricultura, sob responsabilidade da tecnologista química Luiza Maria Barbosa, que fez as primeiras análises.
Em um laudo emitido em 24 de setembro daquele ano, a profissional atestou que os fragmentos tinham aspecto metálico, de cor cinza, baixa densidade e que pesavam, cada um, aproximadamente 0,6 grama. "A análise espectrográfica revelou a presença de magnésio (Mg) em alta concentração e ausência de qualquer outro elemento metálico", atestou a química, que era responsável pelo então Laboratório da Produção Mineral do Ministério da Agricultura.
Outros testes, realizados em 1970, demonstraram que o material sofreu uma "fusão solidificada unidirecional", uma espécie de mistura a frio, técnica impossível para a época. Uma observação adicional é que o magnésio é um material leve, resistente.
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Diante dos resultados dos testes, chegou-se à conclusão de que os fragmentos foram fabricados, pois na natureza terrestre não existe magnésio com esta concentração de pureza, de 99,99%.
Mais dois exames foram feitos no Brasil a pedido do ufólogo. Outra parte dos fragmentos foi enviada para a APRO (Aerial Phenomena Research Organization), uma organização de pesquisa de fenômenos aéreos nos Estados Unidos, juntamente com os relatórios dos resultados obtidos anteriormente.
Ele também entregou um fragmento ao major Roberto Caminha, do Exército, e ao comandante José Geraldo Brandão, da Marinha, para que fossem analisados no âmbito militar. No entanto, ele nunca recebeu os resultados.
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Em 1970, os engenheiros metalúrgicos Walter Walker e Robert Johnson, da Companhia Dow, dos Estados Unidos, analisaram um dos fragmentos, também a pedido de Fontes, e fizeram novas descobertas quanto à estrutura do material. As análises chegaram à mesma conclusão que a primeira.
Pesquisas continuam
Nos Estados Unidos, além da Universidade de Stanford e da Companhia Dow, a Nasa também avaliou o material.
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Muitos dos fragmentos se perderam durante as pesquisas por vários institutos, empresas e universidades, pois precisaram ser incinerados para obter os resultados e algumas amostras acabaram, segundo os ufólogos, guardadas a sete chaves pelas autoridades militares brasileiras.
O ufólogo e pesquisador brasileiro Edison Boaventura Júnior, um dos especialistas no caso de Ubatuba, conta que em 2016 recebeu uma carta de uma pessoa que dizia ser filho de um militar do Exército. No envelope havia quatro fragmentos que seriam da explosão do disco voador. Para certificar-se de que o material de fato tinha ligação com o incidente em Ubatuba, no ano seguinte, Boaventura encaminhou o material para análise qualitativa e quantitativa para o Laboratório de Caracterização Tecnológica da USP (Universidade de São Paulo), que também evidenciou a pureza do magnésio.