X

Cotidiano

‘Direito de inviolabilidade’ pode prejudicar fiscalização, diz advogado

A fiscalização do cumprimento da lei antifumo dentro de condomínios residenciais poderá gerar problemas, segundo o advogado e assessor jurídico da Lex Editora, Luiz Raphael Vieira Ângelo

Publicado em 04/02/2013 às 22:43

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

“De acordo com o art. 1.339 do Código Civil, os direitos dos condôminos às partes comuns são os mesmos direitos que recaem sobre suas propriedades exclusivas, sendo um deles o direito de inviolabilidade do domicílio, garantido constitucionalmente pelo art. 5º, inc. XI da Constituição”, afirmou Ângelo.

Para o especialista, a efetivação de alguns dos dispositivos da lei será difícil, em razão de algumas incompatibilidades com o texto constitucional. “A residência (leia-se, a área comum do condomínio também) é considerada inviolável, sendo somente possível a entrada nas hipóteses previstas pela própria Constituição e nenhuma dessas hipóteses prevê a possibilidade de entrada para ‘fiscalização sem ordem judicial’”, ressaltou Ângelo.

“A questão é polêmica, pois coloca em conflito interesses e direitos protegidos pela Constituição, sendo que esses direitos deverão ser ponderados para o bem de toda a coletividade. De um lado há a liberdade do indivíduo e do outro o dever de proteção da saúde coletiva”, alertou o advogado.

O presidente da Gobatti Condomínios, Marivaldo Gobatti, afirmou que nesta primeira semana da vigência da lei, a legislação antifumo tem sido respeitada pelos condôminos fumantes, mas a fiscalização das autoridades competentes, nos edifícios residenciais ainda não começou. A Gobatti representa 200 condomínios da Baixada Santista.

Marivaldo afirmou que os condomínios estão fazendo reuniões para se adequarem à nova lei, e acredita que a entrada dos fiscais nos edifícios não será dificultada. Ele enfatizou que a segurança é um dos pontos em discussão, uma vez que já ocorreram assaltos em alguns prédios.

Por isso, os funcionários dos condomínios já estão sendo preparados para identificar quem realmente for fiscal da Vigilância Sanitária ou Procon para deixá-los entrar. “Estamos orientando os funcionários para identificarem os fiscais e ligarem para os órgãos que representam para confirmar a identificação”, explicou Marivaldo.

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Polícia

Homem bate em companheira grávida e é preso em Bertioga

A denúncia foi feita pela mãe da vítima, que tem 18 anos.

Polícia

Mãe toma criança das mãos da avó e desaparece em Santos; ASSISTA

O garoto é cuidado pelo pai e pela avó, que têm a guarda compartilhada dele após uma tutela de urgência

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter