Cotidiano
A Terra completará sua rotação cerca de 1,34 milissegundo mais rápido que o tradicional período de 24 horas
A expectativa é que no próximo dia 5 de agosto, a rotação registre mais um encurtamento, com o dia terminando 1,25 milissegundo mais cedo do que o padrão / Pixabay/Pexels
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Nesta terça-feira (22), a Terra completará sua rotação cerca de 1,34 milissegundo mais rápido que o tradicional período de 24 horas. Embora essa diferença seja imperceptível para os seres humanos, ela integra uma tendência que intriga a comunidade científica: o planeta está girando mais rápido do que o esperado.
De acordo com o site Timeanddate.com, em julho de 2024 foi registrado o dia mais curto da história recente, com 1,66 milissegundo a menos que o padrão.
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Caso a aceleração continue, os cientistas preveem a necessidade de um ajuste jamais feito: a inserção de um “segundo negativo”, ou seja, a retirada de um segundo inteiro da cronometragem global, algo inédito desde a adoção dos relógios atômicos.
Nos seres vivos os efeitos dessa rotação mais acelerada não são percebidos, mas na tecnologia, por exemplo, sim, principalmente nos serviços de GPS pelo mundo.
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Como esse sistema se utiliza de relógios atômicos usados em satélites, há uma necessidade de correção dos dados de posição devido ao movimento/rotação do planeta. Se ele "gira" mais rápido, esses relógios dão uma "bugada", como diz a expressão popular para algo que apresente falha.
Historicamente, a rotação da Terra tem desacelerado, principalmente por conta da fricção das marés provocada pela Lua, que aumenta gradualmente a duração dos dias. Entre 1973 e 2020, a maior redução registrada foi de apenas 1,05 milissegundo.
Mas desde 2020, essa tendência se inverteu, com sucessivos recordes de rotação mais curta, um comportamento que os modelos científicos atuais ainda não conseguem explicar completamente.
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Diversas hipóteses tentam entender o fenômeno. Uma das mais discutidas sugere que o resfriamento e a desaceleração do núcleo líquido da Terra estariam alterando o momento angular do planeta, afetando diretamente sua velocidade de rotação.
Outros fatores, como o derretimento das calotas polares e o aumento do nível dos oceanos, também são considerados, mas não parecem ser os principais responsáveis.
Recentemente um estudo indicou que o núcleo da Terra pode ser invertido a sua rotação, o que seria algo ainda mais preocupante.
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Para o pesquisador Leonid Zotov, da Universidade Estatal de Moscou, a origem do fenômeno estaria nas camadas internas da Terra, que poderiam estar promovendo uma redistribuição momentânea da massa do planeta. Ele ressalta, no entanto, que essa aceleração pode ser temporária, com a possibilidade de a rotação voltar a desacelerar nos próximos anos.
A expectativa é que no próximo dia 5 de agosto, a rotação registre mais um encurtamento, com o dia terminando 1,25 milissegundo mais cedo do que o padrão. Apesar do avanço nas medições de tempo e nas tecnologias de monitoramento, a razão exata por trás dessa aceleração permanece um enigma para a ciência.