Cotidiano

Destino mais procurado do Brasil tem mais de 16 mil registros de tubarões monitorados

Monitoramento em Fernando de Noronha identificou a passagem de tubarões-tigres e tubarão-limão entre 2024 e 2025

Ana Clara Durazzo

Publicado em 21/12/2025 às 09:00

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O monitoramento é realizado por meio de telemetria acústica, tecnologia que permite acompanhar os deslocamentos dos animais / ImageFX

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Pesquisadores divulgaram novos dados do monitoramento de tubarões na Baía do Sueste, em Fernando de Noronha, que apontam a circulação de diferentes espécies na região entre julho de 2024 e dezembro de 2025. No período, um receptor acústico instalado no local registrou 16.120 detecções, que indicam a passagem de animais equipados com transmissores.

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De acordo com o levantamento, o equipamento identificou um tubarão-limão e sete tubarões-tigres marcados com transmissores acústicos.

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Alguns indivíduos apresentaram presença mais frequente na área. Segundo a bióloga Bianca Rangel, coordenadora do Projeto Tubarões e Raias de Noronha, duas fêmeas de tubarão-tigre se destacaram no monitoramento: uma delas acumulou 7.353 registros, enquanto a outra somou 3.686 detecções ao longo de um ano e meio.

O monitoramento é realizado por meio de telemetria acústica, tecnologia que permite acompanhar os deslocamentos dos animais, e ocorre em parceria com o professor Jones Santander Neto, do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES). Ao todo, a pesquisa já marcou 62 tubarões com rastreadores acústicos, sendo 48 tubarões-tigres, sete tubarões-bico-fino, três tubarões-lixas, dois tubarões-martelos e dois tubarões-limão.

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A Baía do Sueste recebe atenção especial desde a ocorrência de dois incidentes graves envolvendo banhistas. O primeiro foi registrado em dezembro de 2015, quando um turista perdeu a mão e parte do braço após ser mordido. O segundo ocorreu em janeiro de 2022, quando uma criança de 8 anos teve a perna amputada após um ataque. Ambos os casos, registrados na Praia do Sueste, foram atribuídos a tubarões-tigres.

Após os episódios, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) proibiu o banho e o mergulho na área. Os dados do monitoramento são periodicamente repassados ao órgão e auxiliam na gestão e na definição de medidas de segurança e conservação.

Além do Sueste, a pesquisa conta com outros 19 receptores acústicos espalhados por Fernando de Noronha. As maiores concentrações de detecções de tubarões-tigres ocorreram em regiões como Laje Dois Irmãos, Praia do Leão, Baía dos Golfinhos, Ponta da Sapata, Ilha Rasa e Ilha do Meio. A Laje Dois Irmãos apresentou o maior volume de registros: 37 tubarões geraram mais de 30 mil detecções em um ano, número significativamente superior ao do Sueste.

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Os pesquisadores também utilizam drones para acompanhar o comportamento dos animais. De acordo com Fábio Borges, coordenador do Projeto Tubarões e Raias, os tubarões-tigres costumam entrar na Baía do Sueste principalmente para caça, com destaque para a predação de tartarugas. Segundo ele, a área é utilizada como um ponto específico de alimentação dentro do território dos animais.

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