Cotidiano
Agosto carrega uma fama que atravessa gerações e fronteiras, com crenças que misturam tragédias históricas, tradições populares e até observações sobre o comportamento animal
Popularmente, acredita-se que, nesse mês, há maior número de cadelas no cio, o que estimula disputas entre machos e aumenta a agressividade. / Freepik
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Agosto carrega uma fama que atravessa gerações e fronteiras: é lembrado como o “mês do desgosto” e o “mês do cachorro louco”. A origem dessas expressões mistura tragédias históricas, tradições populares e até observações sobre o comportamento animal.
Agosto também terá fenômeno raro que so acontece de quatro em quatro anos.
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A alcunha de “mês do desgosto” ganhou força com a coincidência de eventos dramáticos ocorridos nesse período. Em 1º de agosto de 1914, começou a Primeira Guerra Mundial. Três décadas depois, em 6 e 9 de agosto de 1945, Hiroshima e Nagasaki foram devastadas por bombas atômicas, matando cerca de 200 mil pessoas.
No Brasil, dois episódios políticos marcantes reforçaram a fama negativa: em 24 de agosto de 1954, o presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio; já em 21 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou à Presidência.
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Há também uma crença herdada de Portugal que diz que casar em agosto traz má sorte. A superstição remonta à época das grandes navegações, quando caravelas partiam para o mar nesse período. Noivas recém-casadas corriam o risco de ver seus maridos partirem, ou nunca mais voltarem, antes mesmo da lua de mel.
A segunda expressão associada a agosto tem relação com o comportamento canino. Popularmente, acredita-se que, nesse mês, há maior número de cadelas no cio, o que estimula disputas entre machos e aumenta a agressividade.
Essas brigas seriam um fator para a transmissão da raiva, doença que, em estágios avançados, deixa os cães com salivação excessiva e comportamento alterado, daí a fama de “loucos”.
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Embora a ciência não confirme um pico da doença especificamente em agosto, o mês acabou associado a campanhas de prevenção e vacinação contra a raiva.
A fama sombria de agosto nasceu da combinação de coincidências históricas, tradições culturais e lendas transmitidas ao longo dos séculos. Ainda que boa parte dessa reputação seja simbólica, ela continua presente no imaginário popular, atravessando gerações como um lembrete de que, para alguns, agosto é muito mais do que apenas mais um mês no calendário.
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