Cotidiano
Segundo especialistas, impacto seria no fornecimento de energia elétrica e no céu noturno, com aumento da poluição luminosa
O principal efeito seria um pico repentino na demanda de eletricidade / Freepik
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A cena pode parecer improvável, mas já pensou se todas as pessoas no mundo ligassem as luzes exatamente no mesmo instante? Segundo especialistas, o impacto seria sentido tanto no fornecimento de energia elétrica quanto no céu noturno, com um aumento expressivo da poluição luminosa.
O principal efeito seria um pico repentino na demanda de eletricidade. Para manter a rede elétrica estável, é preciso que a energia consumida seja reposta instantaneamente pelos geradores. Caso contrário, o sistema pode entrar em colapso, provocando apagões.
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Usinas movidas a gás natural, mais ágeis na resposta a variações de carga, provavelmente seriam as primeiras acionadas para evitar falhas, enquanto termelétricas a carvão ou nucleares teriam mais dificuldade para reagir rapidamente.
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Apesar do aumento brusco no consumo, uma pane global seria improvável por dois motivos: não existe uma única rede elétrica mundial, cada país opera suas próprias redes ou sistemas regionais, que podem ser desconectados rapidamente e, nas últimas décadas, a substituição das lâmpadas incandescentes por modelos de LED reduziu significativamente o gasto de energia com iluminação.
Segundo o Departamento de Energia dos EUA, o LED consome muito menos eletricidade para produzir a mesma quantidade de luz e pode gerar, em média, uma economia anual de US$ 225 por família.
O efeito mais visível, no entanto, seria no céu. Um aumento tão grande na iluminação geraria uma explosão de poluição luminosa, o brilho difuso que encobre as estrelas, causado pela reflexão da luz em partículas de poeira e neblina. Cidades e estradas se tornariam ainda mais visíveis do espaço, enquanto, do solo, a visão da Via Láctea praticamente desapareceria.
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Essa luminosidade excessiva também afetaria a saúde humana, prejudicando o sono, e poderia desorientar aves, insetos, tartarugas marinhas e outros animais que dependem da escuridão natural para se orientar.
Para Harold Wallace, curador das coleções de eletricidade do Museu Nacional de História Americana, do Instituto Smithsonian, a ideia pode soar curiosa, mas os efeitos seriam preocupantes: 'Teríamos um aumento modesto no consumo de energia, mas muito mais poluição luminosa e nenhuma estrela no céu. Não é uma visão muito atraente', resume.