Ciência

Pesquisa revela descoberta que pode fazer você nunca mais beber água engarrafada

Pesquisadores encontraram centenas de milhares de partículas microscópicas em apenas um litro de água

Igor de Paiva

Publicado em 13/12/2025 às 22:00

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Estudo revela: água engarrafada pode conter milhares de partículas de plástico invisíveis/Pixabay
Estudo revela: água engarrafada pode conter milhares de partículas de plástico invisíveis/Pixabay
Nanoplásticos são encontrados em marcas comuns de água e levantam dúvidas sobre riscos à saúde/Pixabay
Nanoplásticos são encontrados em marcas comuns de água e levantam dúvidas sobre riscos à saúde/Pixabay

A média apontada foi de aproximadamente 240 mil fragmentos microscópicos por litro / Freepik

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Um estudo recente analisou três marcas de água engarrafada e constatou que cada litro continha, em média, cerca de 240 mil fragmentos de plástico.

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Após a descoberta, os próprios cientistas afirmaram que passaram a repensar o consumo desse tipo de água, mesmo destacando que ainda não há comprovação definitiva de risco grave à saúde.

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Com o uso de microscópios a laser, os pesquisadores detectaram que as amostras continham entre 110 mil e 400 mil partículas de plástico por litro.

A média apontada foi de aproximadamente 240 mil fragmentos microscópicos, conforme os resultados publicados nos Anais da Academia Nacional de Ciências.

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As marcas analisadas não foram divulgadas. A autora principal do estudo, Naixin Qian, disse à NBC News que se tratavam de marcas comuns, adquiridas em uma grande rede varejista de alcance nacional.

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Microplásticos x nanoplásticos

De acordo com os autores do estudo, cerca de 90% das partículas identificadas não eram microplásticos, mas nanoplásticos, ainda menores.

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Segundo o próprio trabalho, esse tamanho reduzido faz com que sejam “considerados mais tóxicos, já que seu tamanho reduzido os torna muito mais suscetíveis, em comparação aos microplásticos, a entrar no corpo humano”.

A Biblioteca Nacional de Medicina explica que os microplásticos têm menos de 5 milímetros de diâmetro, enquanto os nanoplásticos variam de 1 a 100 ou até 1000 nanômetros. Para efeito de comparação, apenas um centímetro equivale a 10 milhões de nanômetros.

De onde vem o plástico e os riscos em estudo

Os pesquisadores acreditam que essas partículas se originam tanto da própria garrafa plástica quanto dos sistemas de filtragem usados pelas empresas engarrafadoras, que têm como objetivo remover contaminantes da água.

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A coautora do estudo, a toxicologista Phoebe Stapleton, afirmou à NBC News que o impacto real sobre a saúde ainda está sendo analisado: “atualmente em análise. Não sabemos se é perigoso ou quão perigoso é”.

Outro estudo, publicado na Biblioteca Nacional de Medicina, apontou que testes em células e em animais indicaram que os microplásticos podem afetar diversos sistemas do corpo humano, incluindo os sistemas digestivo, respiratório, endócrino, reprodutivo e imunológico.

Também foi observado que essas partículas podem provocar toxicidade química ao acumular substâncias como metais pesados e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

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Mudança de hábitos e um problema sem solução simples

Após as descobertas, os próprios pesquisadores passaram a reduzir o consumo de água engarrafada. Stapleton disse à NBC News que agora utiliza apenas água filtrada da torneira, enquanto o químico Wei Min afirmou que também diminuiu o uso de água engarrafada.

Mesmo assim, o coautor Beizhan Yan alertou que “não há solução fácil”, já que sistemas de filtragem também podem introduzir microplásticos no abastecimento.

Em agosto passado, microplásticos foram identificados em tecido cardíaco humano. Além disso, um estudo de junho de 2023 publicado no US News and World Report apontou que os humanos podem inalar o equivalente a um “cartão de crédito” em microplásticos por semana.

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Substâncias químicas persistentes também já foram identificadas em alimentos populares de supermercado, inclusive marcas como Annie's Organic e Del Monte.

Para Albert Rizzo, diretor médico da Associação Americana do Pulmão, “Sabemos que esses microplásticos estão por toda parte”.

Segundo ele, ainda não se sabe ao certo se a presença no corpo causa problemas, mas o tempo de exposição é crucial. “Entretanto”, questionou, “podemos tornar os plásticos mais seguros?”

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