Sabesp é multada em R$ 3,7 mil por poluição nas praias de Mongaguá / Divulgação/Thiago Teves
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A Sabesp retira todos os meses cerca de 400 toneladas de lixo que chegam indevidamente às 353 estações de bombeamento e 18 estações de tratamento de esgoto (ETEs) da Baixada Santista. O volume, que não deveria entrar no sistema de esgotamento, equivale ao lixo gerado por mais de 10 mil pessoas, considerando a média de 1 kg de resíduos por habitante ao dia.
O número preocupa e é consequência direta do descarte incorreto de materiais em vasos sanitários, pias e ralos, prática que bloqueia o fluxo nas tubulações, gera vazamentos nas ruas, pode causar retorno do esgoto para dentro das casas e aumenta os custos operacionais da companhia. Entre os itens mais encontrados estão preservativos, fraldas, pinos de drogas, óleo de fritura, absorventes, tampinhas, fios de cabelo, tecidos, plásticos e trapos.
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A Sabesp mantém ao longo do ano ações de limpeza preventiva para garantir a eficiência da rede. Juntas, as nove cidades da região somam cerca de 4 mil km de tubulações, uma distância equivalente a ir e voltar entre Santos e Salvador. “Com a lavagem preventiva de quase 200 km de tubulações, reduzimos em 20% o número de entupimentos”, afirma o gerente regional Ricardo Ferrari.
Um dos principais problemas ocorre quando o óleo de cozinha é descartado na pia. A gordura solidifica dentro dos canos e impede a desobstrução por equipamentos de sucção ou jateamento, tornando necessária a quebra do pavimento para substituir trechos inteiros da tubulação.
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Outro fator que compromete o sistema é a ligação irregular de água de chuva à rede de esgoto, que sobrecarrega as tubulações. Em períodos sem chuva, o volume de resíduos retirados cai quase pela metade: de 398 toneladas por mês para 212. O dado reforça a existência dessas interligações proibidas.
Entre janeiro e setembro de 2025, 46% dos imóveis vistoriados pela companhia apresentaram irregularidades. De quase 10.500 testes de fumaça e corante realizados em 150 km de rede, 4.800 ligações foram regularizadas. Além de causar entupimentos e transbordamentos, o lançamento de água pluvial na rede de esgoto é proibido pela Deliberação 106 da Arsesp. A fiscalização e aplicação de sanções cabe às prefeituras, notificadas pela Sabesp sempre que uma irregularidade é identificada.
Todo o material retirado das estações é acondicionado em caçambas e enviado para aterros sanitários licenciados, seguindo normas ambientais e garantindo a destinação adequada dos resíduos.
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