Cotidiano
Planta tóxica foi confundida com verdura e causou intoxicação grave em quatro pessoas; especialista explica como reconhecer a Nicotiana glauca
Nicotiana glauca, também chamada de charuteira, tabaco-arbóreo ou fumo bravo, contém uma substância chamada anabazina / Divulgação/Corpo de Bombeiros
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Após os recentes casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas, um novo alerta de saúde vem do campo alimentar: a “falsa couve”, planta altamente tóxica que pode ser confundida com a hortaliça tradicional usada nas refeições brasileiras.
Em Patrocínio, no Alto Paranaíba, quatro pessoas da mesma família foram internadas em estado grave depois de consumirem a planta durante o almoço.
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A Nicotiana glauca, também chamada de charuteira, tabaco-arbóreo ou fumo bravo, contém uma substância chamada anabazina, que pode causar paralisia muscular, respiratória e até morte, segundo a professora doutora Amanda Danuello, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O vegetal foi colhido no quintal da casa da família e refogado como couve. Minutos após a refeição, os quatro adultos — uma mulher de 37 anos e três homens de 49, 60 e 67 anos — começaram a passar mal. Todos sofreram parada cardiorrespiratória, revertida por equipes do Samu, Bombeiros e Polícia Militar.
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As vítimas foram levadas em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a UPA. Uma criança de 2 anos, que estava presente no almoço, foi hospitalizada apenas por precaução — ela não chegou a ingerir o alimento.
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A Nicotiana glauca cresce com facilidade em áreas rurais e às margens de estradas, o que facilita confusões.
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“Ela é bem comum e se parece com a couve, principalmente quando colhida sozinha. O preparo influencia na gravidade da intoxicação — crua ou mal cozida, o risco é maior”, explicou Danuello.
A professora reforça que não existe antídoto caseiro para o envenenamento e que o atendimento médico deve ser imediato. Os sintomas incluem fraqueza, dificuldade para respirar, tontura, náusea e perda de consciência.
Apesar da semelhança, há sinais que ajudam na identificação:
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Mesmo assim, especialistas alertam que o erro é fácil — por isso, é fundamental não consumir vegetais sem certeza da origem.
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A Perícia Técnica da Polícia Civil recolheu amostras da planta para análise. A Secretaria de Saúde de Patrocínio informou que as vítimas continuam internadas e sob monitoramento constante.
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“A Vigilância Sanitária atuou imediatamente após a chegada dos pacientes. Infelizmente, todos ainda estão em estado grave”, afirmou a secretária Luciana Rocha.
Depois dos episódios de intoxicação por bebidas com metanol, este caso reforça a importância de verificar a procedência de tudo que é ingerido — do copo ao prato.
Autoridades e especialistas recomendam que a população evite consumir plantas colhidas diretamente em terrenos ou estradas, e busque atendimento médico urgente ao primeiro sinal de intoxicação.
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