Cotidiano

Denúncia: aço para supostas armas é embarcado no Porto de Santos

Movimento e parlamentares acionam autoridades para barrar exportação de aço a Israel pelo Porto de Santos

Carlos Ratton

Publicado em 03/09/2025 às 18:06

Atualizado em 03/09/2025 às 19:38

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Dados sobre o carregamento foram obtidos pelo movimento BDS / Divulgação/SPA

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O movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel (BDS) está encabeçando duas manifestações públicas nesta quinta (4) e sexta-feira (5) contra o embarque pelo Porto de Santos de um carregamento de 48 caixas de barras de aço de duplo uso, distribuídas em dois contêineres de 28,23 toneladas cada, com destino ao porto de Haifa, Israel. Dados sobre o carregamento foram obtidos pelo movimento BDS. O mote da campanha é Bloqueio ao navio: Sem aço brasileiro para o genocídio palestino – rompimento já de relações com Israel.

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Nesta quinta-feira acontece uma moção de repúdio para denúncia oficial do caso, na Câmara de Santos, às 16 horas, pela vereadora Débora Camilo (PSOL) e um ato em frente à sede da Autoridade Portuária de Santos (APS), na sexta-feira, às 11 horas. 

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Débora Camilo e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) protocolaram uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando medidas cautelares para impedir a saída da carga do porto, entre outras medidas. 

Os vereadores Débora Camilo (PSOL), Marcos Caseiro (PT), Francisco Nogueira (PT) e Benedito Furtado (PSB) protocolaram um requerimento urgente solicitando informações à Autoridade Portuária de Santos (APS) sobre a carga, as licenças para exportação e os pareceres técnicos a respeito do possível uso militar do carregamento.

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As iniciativas visam barrar essa exportação e evitar que o aço brasileiro possa ser utilizado em ações militares contra a população palestina em Gaza, contribuindo para graves violações de direitos humanos. O movimento conta com apoio também de organizações internacionais e grupos locais - incluindo o coletivo Palestina Livre Baixada Santista e a Frente Palestina de São Paulo. 

O alerta tem como objetivo criar uma pressão pública sobre as autoridades brasileiras para que revoguem a licença de exportação desse carregamento antes de sua saída do porto de Santos. Há dois meses, a mesma campanha denunciou a venda de petróleo brasileiro para Israel.

Caso seja autorizada, a operação violaria declarações do Brasil de suspender exportações militares a Israel, além de compromissos com o Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT), resoluções da ONU e decisões da Corte Internacional de Justiça em 2024, que apontam a ocupação israelense como ilegal e condenam atos de genocídio.

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A ação envolve a exigência de rompimento imediato das relações diplomáticas com Israel. A exportação envolve a Villares Metals (Brasil) como exportadora e a IMI Systems, subsidiária da Elbit Systems, como importadora, principal produtora de munições em Israel.

Os contêineres seguirão pelo navio MSC Leila (IMO 1016654) até Roterdã, de onde serão transportados para o ZIM America (IMO 9244934), com chegada prevista em 17 de outubro. Neste momento, a carga já se encontra no Brasil Terminal Portuário S/A.

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