Cotidiano
Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo militar que teria planejado um golpe de Estado
General Braga Netto foi vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 / Fernando Frazão/Agência Brasil
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A defesa do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, apresentou suas tese de defesa na manhã desta quarta-feira.
Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo militar que teria planejado um golpe de Estado após a derrota eleitoral do ex-presidente.
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De acordo com o advogado José Luiz Oliveira Lima, Braga Netto é inocente. “E quem diz isso são os autos”, argumenta.
Ele também alegou que a defesa foi cerceada e questionou os ritos do julgamento, visto que as acareações não foram gravadas. Isso teria maculado o direito de defesa de Braga Netto.
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Em outro momento, Lima criticou a delação de Mauro Cid, dizendo que o documento teria vícios e citando a falta de provas, corroborando a ideia de que Cid foi coagido.
Ele ainda alegou que o depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro não se configura uma prova, sendo, nas palavras do advogado, “uma farsa, uma mentira”, em vista das diversas versões do documento, e que a ausência de provas ajuda a configurar a criação de uma narrativa.
Lima também reclamou, assim como outros advogados, sobre a quantidade de materiais para avaliação e afirmou que os prints usados para incriminar Braga Netto não têm validade.
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Ao final, ele ressaltou que Braga Netto não tem relação com os atos do dia 08 de janeiro de 2023, mas, segundo a investigação realizada pela Procuradoria Geral da República, o general teve papel importante nas articulações para a ruptura institucional.
Veja, abaixo, a íntegra defesa de Braga Netto, divulgada pelo canal Poder 360:
Anteriormente, a defesa enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento com as alegações finais da Ação Penal 2668.
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No documento, os advogados pedem a absolvição sumária do general e afirmam que a acusação é baseada em suposições.
Segundo a defesa, “a denúncia é genérica, sem indicar atos concretos atribuídos ao acusado”, limitando-se a mencionar seu cargo de confiança junto a Bolsonaro. Confira os principais pontos:
A defesa argumenta que Braga Netto jamais participou de reuniões para discutir alternativas à posse de Luiz Inácio Lula da Silva e não aderiu a qualquer minuta ou documento de intervenção.
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“Nenhum elemento de prova atesta que o acusado tenha praticado atos de execução para a consumação do alegado golpe”, diz o texto.
Os advogados também ressaltam que o general exerceu suas funções como ministro e como candidato dentro da legalidade. A presença em eventos oficiais e em reuniões políticas, segundo eles, não pode ser criminalizada.
“Não se pode confundir a atuação institucional com adesão a plano criminoso”, afirmam.
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Assim como outras defesas no mesmo processo, os advogados de Braga Netto apontam dificuldades de acesso às provas disponibilizadas pela Polícia Federal e alegam cerceamento de defesa.
Com base nesses pontos, a defesa solicitou a absolvição sumária, sob o argumento de que não há autoria nem materialidade que sustentem a denúncia.
“Não há qualquer indício de que Braga Netto tenha conspirado contra a democracia. Sua inclusão no processo decorre apenas do cargo que ocupava e de sua proximidade com o então presidente da República.”
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Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o julgamento envolve:
Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), os sete acusados respondem por:
Vale ressaltar que o julgamento será dividido em sessões, distribuídas ao longo de mais de um dia.
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Além das sessões desta terça-feira, 2, o ministro Zanin agendou as sessões para os seguintes dias e horários: