Cotidiano

Defesa de Braga Netto afirma que acusação é 'genérica e sem provas'

Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo militar que teria planejado um golpe de Estado

Gabriel Fernandes

Publicado em 03/09/2025 às 13:08

Atualizado em 03/09/2025 às 17:20

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General Braga Netto foi vice de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 / Fernando Frazão/Agência Brasil

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A defesa do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, apresentou suas tese de defesa na manhã desta quarta-feira. 

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Ele é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo militar que teria planejado um golpe de Estado após a derrota eleitoral do ex-presidente.

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De acordo com o advogado José Luiz Oliveira Lima, Braga Netto é inocente. “E quem diz isso são os autos”, argumenta.

Ele também alegou que a defesa foi cerceada e questionou os ritos do julgamento, visto que as acareações não foram gravadas. Isso teria maculado o direito de defesa de Braga Netto.

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Em outro momento, Lima criticou a delação de Mauro Cid, dizendo que o documento teria vícios e citando a falta de provas, corroborando a ideia de que Cid foi coagido.

Ele ainda alegou que o depoimento do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro não se configura uma prova, sendo, nas palavras do advogado, “uma farsa, uma mentira”, em vista das diversas versões do documento, e que a ausência de provas ajuda a configurar a criação de uma narrativa.

Lima também reclamou, assim como outros advogados, sobre a quantidade de materiais para avaliação e afirmou que os prints usados para incriminar Braga Netto não têm validade.

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Ao final, ele ressaltou que Braga Netto não tem relação com os atos do dia 08 de janeiro de 2023, mas, segundo a investigação realizada pela Procuradoria Geral da República, o general teve papel importante nas articulações para a ruptura institucional.

Veja, abaixo, a íntegra defesa de Braga Netto, divulgada pelo canal Poder 360:

Defesa nega participação de Braga Netto

Anteriormente, a defesa enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento com as alegações finais da Ação Penal 2668.

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No documento, os advogados pedem a absolvição sumária do general e afirmam que a acusação é baseada em suposições. 

Segundo a defesa, “a denúncia é genérica, sem indicar atos concretos atribuídos ao acusado”, limitando-se a mencionar seu cargo de confiança junto a Bolsonaro. Confira os principais pontos:

Contestação da denúncia

A defesa argumenta que Braga Netto jamais participou de reuniões para discutir alternativas à posse de Luiz Inácio Lula da Silva e não aderiu a qualquer minuta ou documento de intervenção.

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“Nenhum elemento de prova atesta que o acusado tenha praticado atos de execução para a consumação do alegado golpe”, diz o texto.

Papel institucional

Os advogados também ressaltam que o general exerceu suas funções como ministro e como candidato dentro da legalidade. A presença em eventos oficiais e em reuniões políticas, segundo eles, não pode ser criminalizada.

“Não se pode confundir a atuação institucional com adesão a plano criminoso”, afirmam.

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Críticas ao processo

Assim como outras defesas no mesmo processo, os advogados de Braga Netto apontam dificuldades de acesso às provas disponibilizadas pela Polícia Federal e alegam cerceamento de defesa.

Pedido de absolvição

Com base nesses pontos, a defesa solicitou a absolvição sumária, sob o argumento de que não há autoria nem materialidade que sustentem a denúncia.

“Não há qualquer indício de que Braga Netto tenha conspirado contra a democracia. Sua inclusão no processo decorre apenas do cargo que ocupava e de sua proximidade com o então presidente da República.”

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Quem são os réus?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o julgamento envolve:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e hoje deputado federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Acusações

Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), os sete acusados respondem por:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito;
  • Tentativa de golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Vale ressaltar que o julgamento será dividido em sessões, distribuídas ao longo de mais de um dia.

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Quando vão acontecer as sessões?

Além das sessões desta terça-feira, 2, o ministro Zanin agendou as sessões para os seguintes dias e horários:

  • 9 de setembro: 9h e 14h;
  • 10 de setembro: 9h;
  • 12 de setembro: 9h e 14h.

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