NOVO COMANDO

Defensor de escolas militares, Renato Feder é confirmado na Educação de SP

Feder é conhecido por já ter defendido também a extinção do MEC e se dizer a favor a privatização de escolas e universidades públicas

Joe Silva

Publicado em 21/11/2022 às 18:08

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Renato Feder foi confirmado nesta segunda-feira para assumir a Edudação Paulista / Divulgação/Governo do Paraná

Confirmando rumores já adiantados nos últimos dias, Renato Feder foi anunciado para comandar a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo na tarde desta segunda-feira (21). Ele é atual secretário de educação do Paraná e já foi alvo de polêmicas por defender a extinção do Ministério da Educação e por estar associado à implantação de escolas cívico-militares na gestão da sua atual pasta.

O governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou o nome do administrador do empresas para liderar a Educação paulista durante reunião com os coordenadores de transição, segundo informações do g1. Mas Feder já havia mencionado na semana passada que aceitou o convite feito pelo líder bolsonarista no Estado para chefiar a Educação paulista

“Um nome vocês já vazaram, né? [Feder] vai ser o secretário de Educação. [Outras pastas-chave] vão sair em breve, estamos discutindo bastante. À medida que a gente for fechando os nomes, a gente vai dando conhecimento", disse Tarcísio.

Quem é Renato Feder

Nascido na cidade de São Paulo, Feder é formado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP). Ele já atuou como professor, gestor e diretor de escolas.

Feder ficou conhecido na Educação paranaense porque em sua gestão ocorreu a implantação de escolas cívico-militares. Entre os anos de 2020 e 2022, ao menos 195 escolas estaduais passaram a funcionar sob este modelo, o que é considerada uma das maiores expansões deste conceito em escolas no Brasil.

O empresário e dono da marca Multilaser foi convidado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser ministro da Educação (MEC), mas recusou o convite por pressão de evangélicos e de apoiadores de Olavo de Carvalho, segundo informações da Folha. Ele chegou a apoiar a ideia de extinção do MEC sob argumento de que a pasta deveria ser transferida para uma agência reguladora.

Defensor de privatização de escolas públicas e também de universidades, segundo o jornal Correio Brasiliense, o paulistano é co-autor de um livro no qual detalha um modelo de gestão da Educação em que as famílias teriam uma espécie de cupom para matricular seus filhos em escolas particulares. As mensalidades, neste esquema, seriam pagas pelo Estado. 

Sobre as ideias divulgadas no livro, Feder diz que mudou de opinião sobre alguns conceitos e que "gostaria de ser avaliado pelo que eu penso e faço hoje, como um gestor público, ao invés de um livro escrito quinze anos atrás", comentou no Twitter.

Entidades como União Paulista dos Estudantes Secundaristas de São Paulo e o Movimento Escolas em Luta temem que a escolha de Feder para a Educação de SP possa replicar no Estado a militarização de escolas ocorrida no Paraná. A última organização abriu petição online contra a nomeação do empresário.

A equipe de Tarcísio teria se interessado pela gestão de Feder devido ao fato de que o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Paraná apresentou melhora entre os anos de 2017 e 2021. O estado ficou em 1º lugar nacional neste índice sob a gestão dele.

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