'Cubatão mostra que é possível crescer sem destruir', afirma vice-prefeita na COP30

A cidade de Cubatão, conhecida mundialmente por sua trajetória de transformação ambiental, marcou presença na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA).

Único município da Baixada Santista a integrar oficialmente a programação do evento, Cubatão apresentou seu legado e os novos compromissos na agenda climática global.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Cleiton Jordão, e a vice-prefeita e secretária de Habitação, Andrea Castro, representaram o município nas primeiras agendas, em preparação à apresentação principal que será feita pelo prefeito César Nascimento, no dia 15, na Blue Zone — área central dos debates entre governos e organismos internacionais.

Da poluição à referência mundial em sustentabilidade

Durante décadas, Cubatão foi símbolo da poluição industrial no Brasil, especialmente entre as décadas de 1970 e 1980.

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Hoje, o município é reconhecido por sua recuperação ambiental e pela criação de políticas públicas que conciliam desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

“Cubatão se torna uma cidade resiliente, com protagonismo importante aqui na COP30. Passamos por um processo histórico — da industrialização à recuperação ambiental — e hoje temos uma Secretaria de Meio Ambiente e Segurança Climática dedicada a fortalecer as políticas públicas voltadas à justiça climática e à recuperação da Serra do Mar”, destacou o secretário Cleiton Jordão.

Segundo ele, o município desenvolve projetos que somam mais de 3 milhões de metros quadrados em áreas de recuperação ambiental, além de novas ações voltadas à redução de emissões e ao avanço na transição energética.

Manguezais e carbono neutro

Entre os principais compromissos apresentados por Cubatão na COP30 está a recuperação dos manguezais, bioma essencial para a biodiversidade e para o sequestro natural de carbono.

“A cidade assinou um acordo com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para transformar Cubatão em uma cidade de carbono neutro”, explicou a vice-prefeita Andrea Castro.

“Os manguezais são grandes sequestradores de carbono. Trabalhar sua recuperação é uma estratégia que une sustentabilidade, preservação ambiental e desenvolvimento econômico responsável.”

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Parcerias e novos investimentos

A participação de Cubatão na conferência já rendeu resultados concretos. Logo no primeiro dia de atividades, a delegação realizou reuniões com representantes de países como Peru e Argentina, além de bancos internacionais e fundos climáticos.

Também foram abertos diálogos com o ONU-Habitat, o governo francês e a INSA, entidade que atua na promoção da energia solar no Hemisfério Sul.

“Estamos firmando protocolos e abrindo possibilidades de investimento que podem beneficiar não só Cubatão, mas toda a região metropolitana da Baixada Santista”, ressaltou Andrea.

“É uma oportunidade única de levar nossa história ao mundo e de atrair novos projetos de inovação verde.”

Legado de engajamento e exemplo global

Para Cleiton Jordão, o maior legado da COP30 será o fortalecimento da imagem de Cubatão como símbolo de transformação socioambiental.

“A cidade é estudada como referência no direito ambiental brasileiro e na criação dos primeiros conselhos municipais de meio ambiente do país. O que estamos mostrando aqui é o resultado de um pacto coletivo entre o poder público, as indústrias e a sociedade civil”, afirmou.

Andrea Castro complementa: “Cubatão traz à COP30 uma história viva — de dor, reconstrução e aprendizado. Queremos mostrar que é possível unir justiça social e desenvolvimento econômico sustentável. As cidades são o caminho para a mudança que o planeta precisa.”

A apresentação oficial de Cubatão na Blue Zone, com o prefeito César Nascimento, está marcada para o dia 15 de novembro, às 17h, e deve consolidar o município como um dos principais exemplos brasileiros de transição justa e sustentabilidade urbana.