Cotidiano

CRPI Guarujá: 50 anos oferecendo tratamento de qualidade

Referência no atendimento aos assistidos, a entidade dispõe de uma equipe interdisciplinar para cuidar de crianças e adolescentes

Publicado em 23/05/2013 às 16:05

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Proporcionar tratamento de qualidade e inclusão social, com uma equipe interdisciplinar especializada, a crianças e adolescentes com deficiência, gratuitamente. Esta é a missão do Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral de Guarujá (CRPI), que neste ano comemora 50 anos de trabalho.

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O CRPI atende deficiências físicas, motoras, múltiplas, auditivas, intelectuais e síndromes. Reconhecido pela estrutura que oferece aos usuários, a entidade conta com subvenção da Prefeitura de Guarujá, por meio de parcerias com as Secretarias de Educação (Seduc) e Saúde.

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As famílias são o ponto chave no desenvolvimento do trabalho e na entidade elas encontram tudo o que é necessário para o tratamento de seus filhos, como especialidades médicas, estrutura e acolhimento. No local, essas famílias, que muitas vezes chegam fragilizadas e com um pedido de socorro, tomam conhecimento do que é a deficiência e aprendem como cuidar de seus filhos.

Elas são multiplicadoras do tratamento realizado, que continua em casa. A preocupação por parte da entidade é que estas pessoas se informem e se qualifiquem, com as palestras e oficinas oferecidas na sede do CRPI (Estrada Alexandre Migues Rodrigues, 845 – Tombo).

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“Não queremos que eles sejam inseridos no mercado de trabalho pela obrigatoriedade da lei de cotas, mas por serem qualificados e terem conhecimento como qualquer outro cidadão.\

A equipe interdisciplinar conta com neurologistas, ortopedistas, pediatras, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, fazendo um trabalho em conjunto, que conta também com os serviços de hidroterapia e odontopediatria, acompanhados pela pedagogia e assistência social da entidade. O serviço, desenvolvido em conjunto, enfatiza a visão global da reabilitação, resgatando a cidadania, com afetividade e amor.

O CRPI viabiliza a reabilitação e promove a qualidade de vida e independência de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos, priorizando bebês de 3 anos e 11 meses. Eles são encaminhados pelas unidades de saúde do Município e a entidade oferece não somente o tratamento de qualidade, mas também recreação dirigida, esporte adaptado, alimentação e transporte, ou seja, um serviço amplo de apoio aos pacientes e suas famílias. O número de atendimentos chega a 350 pacientes por mês.

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Uma escola para alunos do 1º ao 4 º ano funciona na entidade, priorizando a inclusão social e oferecendo apoio técnico especializado com profissionais de terapia ocupacional, psicologia e fonoaudiologia nas salas de aula. Os alunos estudam em um período e fazem o tratamento em outro.

Todo o trabalho realizado é custeado pela subvenção repassada pelo Município. E para receber a verba a instituição desenvolve alguns projetos. Um trabalho conjunto que viabiliza tratamento e qualidade de vida aos munícipes que se utilizam do serviço oferecido pela entidade.

As histórias das famílias que freqüentam o CRPI são de superação, como a dona de casa, Marcilene dos Santos. Mãe de Leonardo, de quatro anos, ela conta que frequenta a entidade desde o nascimento do filho. “O CRPI oferece tudo: médico, fisioterapia, tratamento psicológico, tudo que a gente precisa”, relata Marcilene, que frequenta diariamente o local.

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“O que a entidade faz por ele é tudo de melhor. Aqui eles falam a mesma língua e preparam para o mundo. Aceitei a deficiência do meu filho e ele aqui não tem limitação. Eu tive muita sorte com a orientação que encontrei na unidade”.

Surdos do Terceiro Milênio – O projeto, implantado através da parceria entre o CRPI e a Seduc, surgiu da preocupação com a ociosidade dos jovens surdos da Cidade, com o objetivo de inserí-los no mercado de trabalho.

“Não queremos que eles sejam inseridos no mercado de trabalho pela obrigatoriedade da lei de cotas, mas por serem qualificados e terem conhecimento como qualquer outro cidadão. Também não desejamos que sejam vistos como um ser diferente, porque todos nós temos as nossas diferenças, afinal não somos todos iguais”, ressalta a presidente da entidade, Norma de Araújo.

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O projeto não vem ao encontro somente para os surdos, mas também às suas famílias. São oferecidas oficinas de capacitação como panificação, culinária, informática, pintura e decoupage, para que possam ter nestas oficinas uma nova perspectiva de renda. Há também os cursos de hotelaria, camareira e auxiliar administrativo, além de palestras temáticas com profissionais da área. Desde o início do projeto, em março de 2012, sete participantes da iniciativa já foram empregados.

O curso de libras é aberto não somente aos familiares e educadores, mas a todos os interessados em aprender a linguagem de sinais. As aulas são gratuitas e é mais uma oportunidade oferecida pela instituição de inserção social.

Dedicação – Há sete anos como presidente do CRPI, Norma de Araújo, se doa a entidade há 40 anos. Uma história de muito trabalho, dedicação e amor ao próximo.

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“O CRPI foi minha escola de vida. Aqui me tornei a mulher que sou hoje”, declara a presidente, que entrou na entidade aos 22 anos. Após um período como auxiliar, se formou em pedagogia, e se especializou para o trabalho desenvolvido na instituição.

“A nossa felicidade, enquanto entidade é saber das famílias que daqui saem superadas, sabendo como cuidar dos seus filhos e como conduzí-los neste mundo social, no qual eles atravessarão muitas coisas que incomodarão, como os olhares pelo que é diferente. Mas todos somos diferentes, afinal o que seria de nós se fossemos todos iguais?”

Outra história de dedicação é a da assistente social, Liliane Spicacci, que está há 25 anos na entidade. Ela também ressalta a importância do trabalho realizado no local para sua vida.

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“Acredito que nada é por acaso e o que faço aqui é um bem não para os pacientes, mas para mim. Nos deparamos com muitos fatos e vejo como meus problemas são pequenos diante das tantas situações com as quais convivemos, é uma aprendizagem”.

Para trabalhar em uma instituição como o CRPI é preciso muito amor e dedicação. Segundo Norma e Liliane, coisas que não faltam na família formada pela equipe da entidade.

50 anos de acolhimento – O Centro de Recuperação de Paralisia Infantil e Cerebral do Guarujá foi criado em agosto de 1963, pela bailarina Steffi Leonore Asch. Após sofrer uma queda, em uma apresentação que a deixou com sequelas, ela passou a frequentar a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Steffi trabalhou como voluntária nesta instituição e na edícula da casa dos pais montou um espaço, onde ajudava crianças deficientes na reabilitação.

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Na época, o atendimento maior era para crianças com paralisia cerebral. O trabalho cresceu gradativamente, até se tornar o que é hoje, um centro de tratamento reconhecido não somente na Região, mas no País. Hoje a semente plantada pela bailarina cresceu e seus frutos podem ser vistos nas famílias que são bem atendidas no local e na relação de confiança existente entre elas e a equipe de atendimento.

Para comemorar os 50 anos, uma festa está sendo organizada pela entidade. “Queremos divulgar o trabalho, queremos que as pessoas que ainda não conhecem passem a conhecer todo o trabalho realizado no CRPI e entender a necessidade de se ajudar uma entidade como esta, desse porte. Vivemos em um mundo muito corrido, mas esperamos que as pessoas tenham um olhar de carinho para o CRPI”, solicita Norma.

Além da subvenção da Prefeitura, o CRPI também conta com a ajuda de amigos para manter o serviço oferecido à população do Município. São organizados jantares para arrecadação de fundos, além da tradicional quermesse. Segundo a presidente, quanto mais ajuda receberem, maior será o serviço oferecido.

“Agradecemos muito a população que comparece à quermesse e nos ajuda. Recebemos muita ajuda dos empresários e do comércio da Cidade que colaboram organizando a festa, doando o que é necessário. Precisamos de mais sócios contribuintes para que este trabalho seja cada vez melhor”, conclui Norma Araújo.

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