Cotidiano
A presidente disse estar emocionada por sentir que seu partido, a Frente para a Vitória, cumpriu a promessa de seu marido ao assumir a Casa Rosada, em 2003
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A presidente argentina em final de mandato, Cristina Kirchner, disse neste domingo (25) estar muito satisfeita com os doze anos de governo kirchnerista e anunciou que de dedicará a militância assim que deixar o cargo, no próximo dia 10 de dezembro.
Cristina, que assumiu a Presidência após quatro anos de mandato de seu marido, Nestor Kirchner (1950-2010), está há oito anos no poder. Ela votou em um colégio eleitoral na cidade patagônia de Río Gallegos, rodeada de jornalistas, apoiadores e um aparato montado especialmente para ela com as cores da bandeira do país.
A presidente disse estar emocionada por sentir que seu partido, a Frente para a Vitória, cumpriu a promessa de seu marido ao assumir a Casa Rosada, em 2003: dar aos argentinos um país normal.
"Hoje estamos votando depois de três governos consecutivos da Frente para a Vitória em um país absolutamente normal", disse a presidente, acrescentando que, nos anos anteriores, os argentinos sempre votavam em meio a uma crise.
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"[Hoje] não há ninguém que tenha medo do cenário econômico, ninguém com medo de perder seu trabalho, estamos em um país com pleno emprego, com os índices mais baixos de desemprego de toda a história para este último trimestre, com uma atividade econômica e um crescimento econômico único na América Latina", listou a presidente.
No governo, os Kirchner tiraram a Argentina do colapso, após a crise de 2001, que levou o país à bancarrota. Seu principal feito foi ter reduzido a pobreza, que no início de seu governo engolia mais da metade da população, para os atuais 28%. Mas em troca, se notabilizou pela confrontação permanente, que buscou inimigos nos políticos opositores, no "imperialismo" americano e inglês e nos meios de comunicação.
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No setor empresarial, essa política de confronto e interferência se traduziu em menos investimentos na última fase da gestão Cristina, o que acabou por deprimir o crescimento. Hoje, a economia está estagnada.
Mas a presidente dobrou a aposta. Neste ano de eleições, turbinou os gastos sociais e levará a Argentina a um deficit fiscal recorde, equivalente a 7% do PIB do país. Se gera alto grau de incerteza sobre como o próximo governante lidará com a correção da gastança, por outro lado sua política contribuiu para que a mandatária se despeça com alta popularidade, de mais de 50%.
Questionada sobre o que fará após passar o comando do país em 10 de dezembro, Cristina disse: "O que sempre fiz, militar". A presidente já insinuou por diversas vezes que poderia se candidatar novamente em 2019, já que a legislação eleitoral argentina proíbe um terceiro mandato consecutivo.
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Na Província de Santa Cruz, onde a presidente votou, seu filho mais velho, Máximo Kirchner, estreia na política como candidato a deputado nacional pela Frente. Sua cunhada, Alicia Kirchner, compete para o cargo de governadora.