Cotidiano

Crise dos EUA já afeta mercado no Brasil

A crise financeira que assola os Estados Unidos já está afetando o mercado brasileiro

Publicado em 07/02/2013 às 23:13

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“Alguns negócios já estão sofrendo reflexos”, afirma o professor universitário de Gestão Portuária e Comércio Exterior, José Carlos Rodrigues. “A Embraer, por exemplo, recebeu pedidos para atrasar entregas de quatro aeronaves”. 

Segundo ele, caso o presidente George W. Bush não tome uma medida efetiva para conter a crise nos EUA, os países emergentes serão os que mais sofrerão com o abalo daquela que era, até então, a maior potência econômica do mundo.

“Se os Estados Unidos deixam de comprar, os outros países deixam de vender e as conseqüências podem ser recessão, demissões e queda no consumo interno”, afirmou. “A crise de hoje é semelhante à Depressão de 29 (recessão econômica desencadeada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, que durou até o início da 2a Guerra Mundial)”, complementou Rodrigues.  

“Para o mercado ter liquidez é preciso injetar dinheiro para que os bancos se recuperem para dar sustentabilidade ao Governo. A crise ocorreu porque havia uma grande concentração nos bancos de investimentos”.

O professor explicou que pode ocorrer uma reação em cadeia que afetará diretamente as exportações e as importações brasileiras, se a crise e a alta do dólar persistirem. “O dólar alto pode ser bom para alguns exportadores brasileiros, mas não é vantagem para o comprador.

Com a baixa do dólar, este ano, houve um aumento na aquisição de bens de capital (maquinário e equipamentos), muitas indústrias se modernizaram, aumentando a competitividade dos produtos de valor agregado com mais qualidade, no mercado externo. Mas, com a alta do dólar baixa a aquisição de bens de capital e, conseqüentemente, a qualidade dos produtos cai, reduzindo a competitividade no comércio exterior. O Brasil perde nas exportações que já não são grandes”, analisou.

Dívida pública

Rodrigues ressaltou que com a baixa no fluxo de comércio e a fuga de capital estrangeiro, o Governo poderá começar a emitir títulos da dívida pública.

Em entrevista à Agência Brasil ontem, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, afirmou que para cada um por cento de valorização do dólar, há uma redução 0,10 na relação entre dívida e PIB.

Em agosto, a relação entre dívida líquida do setor público chegou a R$ 1,182 trilhão em agosto, o que representa 40,5%, uma redução de 0,3 ponto percentual em relação a julho. Segundo o BC, o motivo é a desvalorização do real em relação ao dólar registrada no mês, o que respondeu por uma redução de R$ 11,3 bilhões no endividamento.

Bovespa

A recusa do Congresso norte-americano ao pacote anticrise US$ 700 bilhões, de George Bush, provocou quedas bruscas na Bovespa e nas bolsas européias, na segunda-feira. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a cair 13%, provocando um circuit break -- operações pararam por meia hora --, mas fechou o dia em 9,36%; a cotação do dólar atingiu R$ 1,96.

Ontem, a Bovespa recuperou-se parcialmente fechando com ganho de 7,63%, aos 49.541,27, o prejuízo da Bovespa, na segunda-feira, foi de 11,03%.

O dólar comercial fechou em queda de 2,95%, vendido a R$ 1,906, mas ainda assim acumulou uma alta de 16,8% em setembro, maior valorização mensal em seis anos.

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