Presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini / Renan Lousada/DL
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A assinatura do contrato de concessão do túnel imerso entre Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, ocorrerá em fevereiro de 2026 e será realizada junto com a entrega de 50 moradias destinadas às famílias que serão desapropriadas das palafitas da comunidade da Prainha, em Guarujá, em razão da obra. A informação foi anunciada na sexta-feira (12) pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini.
Inicialmente, a assinatura estava prevista para o dia 28 de janeiro, após a empresa portuguesa Mota-Engil, vencedora do leilão, solicitar a prorrogação do prazo. No entanto, Pomini explicou que o ato foi transferido para fevereiro e deverá integrar um evento maior, que também marcará a inauguração do canteiro de obras do túnel.
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A mudança da data busca alinhar a cerimônia ao aniversário do Porto de Santos, celebrado em 2 de fevereiro, e à agenda do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que deve participar do evento ao lado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
As obrasdo Túnel exigirão a desocupação das construções irregulares existentes na comunidade da Prainha, onde será instalado o canteiro. Os moradores que ainda vivem em palafitas serão realocados para o Conjunto Habitacional Parque da Montanha, localizado no bairro Vila Edna, em Guarujá.
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“É troca de chave de casa por chave de palafita”, afirmou Pomini ao explicar o convênio firmado entre a Prefeitura de Guarujá e a APS. “Estamos ocupando uma área com potência de expansão portuária, que é a Prainha, e gerando moradias dignas para pessoas que vivem nas palafitas. Ganha o porto e a comunidade local”, completou.
Segundo ele, a expectativa é que as palafitas sejam totalmente eliminadas na região até o segundo semestre de 2026. Pelo cronograma apresentado, ao menos 50 moradias serão entregues já em fevereiro, enquanto o restante das famílias deve receber as casas entre julho e agosto.
O presidente da APS afirmou que os prazos são essenciais para o andamento do projeto, uma vez que a empresa responsável pela obra precisa da área completamente desocupada. “Quando o canteiro de obra estiver instalado, a empresa precisa de 12 meses para projetos. E precisa da área 100% livre e desimpedida até dezembro de 2026. Esse é o nosso compromisso com a empresa”, disse.
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No início de outubro deste ano, o Diário do Litoral havia questionado como a cidade de Santos poderia se preparar para a chegada temporária de funcionários para a construção e desenvolvimento do projeto centenário. Na ocasião, Pomini explicou que a empresa responsável estará a frente para alocar todos os envolvidos.
A cerimônia de assinatura do contrato, entrega das chaves e inauguração do canteiro ocorrerá no mesmo dia. Pomini informou que uma das paredes do canteiro de obras será utilizada para contar a história da ligação seca entre Santos e Guarujá, desde os primeiros projetos, elaborados há cerca de 100 anos, até o momento atual.
“A gente vai estampar desde o primeiro projeto de ligação seca, que já tem 100 anos, até o dia atual”, explicou. Segundo ele, a APS pretende instalar câmeras no canteiro para permitir o acompanhamento da obra em tempo real, com transmissão para o Brasil e o exterior.
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“Isso é uma obra fantástica do ponto de vista da engenharia, da economia, do ponto de vista ambiental, habitacional, financeiro, logístico. Precisa ser acompanhado. Claro que a gente vai ter diversos problemas, sempre me perguntam, mas uma agonia por vez. A gente está tirando uma obra do papel depois de 100 anos de debate”, afirmou.
O túnel Santos–Guarujá é um projeto do governo federal, em parceria com o governo do Estado de São Paulo e a Autoridade Portuária de Santos, e é considerado uma das obras de infraestrutura mais estratégicas do estado. A expectativa é que o empreendimento transforme a mobilidade regional, fortaleça a economia local e otimize a operação portuária.
A estrutura será a primeira travessia submersa do Brasil, com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros sob o mar, conectando Santos e Guarujá por uma ligação seca destinada a veículos, pedestres e VLT.
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