Cotidiano

Contra ebola, Guiné reforça segurança na fronteira com Serra Leoa

A população local reportou uma situação de tensão na fronteira entre os dois países devido a um fluxo massivo de serra-leoneses dias antes do estabelecimento do toque de recolher

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 29/03/2015 às 00:02

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A Guiné enviou forças de segurança ao sudoeste do país em resposta ao grande fluxo de Serra Leoa, que estariam cruzando a fronteira para fugir do toque de recolher estabelecido no país vizinho para erradicar o ebola, afirmou o governo guineano.

As forças, encabeçadas pelo diretor da Guarda Civil nacional, se mobilizaram na sexta-feira à noite em direção ao povoado de Forecariah, informou o porta-voz do órgão, Mamadou Alpha Barry, que disse ainda que as autoridades já restabeleceram a segurança da área.

A população local reportou uma situação de tensão na fronteira entre os dois países devido a um fluxo massivo de serra-leoneses dias antes do estabelecimento do toque de recolher, que entrou em vigor na sexta-feira e durará até domingo.

"Nos rebelamos contra a chegada massiva de serra-leoneses através da fronteira depois que as autoridades anunciaram o toque de recolher", disse Mamadou Kolibe, morador do povoado de Forecariah. "Por que eles fogem de seu país se não têm ebola?", questionou.

O sudoeste da Guiné faz fronteira com distritos no norte de Serra Leoa, uma das áreas onde o toque de recolher foi imposto.

Contra o ebola, a Guiné reforçou a segurança na fronteira com Serra Leoa (Foto: Associated Press)

Em Freetown, capital de Serra Leoa, as autoridades informaram que a maioria dos residentes permaneceram em suas casas na sexta-feira e neste sábado, com exceção das equipes em busca de possíveis casos de ebola e muçulmanos que foram orar em mesquitas. O toque de recolher não vale para serviços religiosos.

Serra Leoa efetuou uma operação similar a nível nacional em setembro do ano passado quando as taxas de transmissão do vírus eram muito maiores. O ebola atinge quase 12 mil pessoas em Serra Leoa, mais que em qualquer outro país, porém o mais recente total semanal de casos confirmados (33, ao todo) é o menor desde junho.

Ainda que o toque de recolher anterior tenha incluído uma campanha de educação pública, desta vez a população está a par do perigo do ebola, o que significa que as equipes podem se concentrar em identificar pacientes, disse Samuel Turay, um funcionário do Centro Nacional de Resposta ao Ebola.

"Estou seguro que depois deste toque de recolher teremos controle total sobre o vírus", afirmou Turay.

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