Cotidiano
Mudança na legislação trouxe novos benefícios para renegociação de contas básicas, mas não prevê isenção total; entenda quem tem direito
Medidas de proteção financeira para idosos têm ganhado espaço na legislação brasileira / Divulgação
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Nos últimos anos, medidas de proteção financeira para idosos têm ganhado espaço na legislação brasileira, especialmente diante do aumento do endividamento nessa faixa da população.
Muitos brasileiros acima de 60 anos vivem apenas com aposentadoria ou pensão e enfrentam dificuldades para pagar despesas básicas, o que os coloca em situação vulnerável.
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Em 2025, uma atualização importante na chamada Lei do Superendividamento ampliou as possibilidades de renegociação de contas essenciais, incluindo água, energia, gás e telefone.
A mudança gerou dúvidas e levou muita gente a acreditar que idosos teriam isenção total das tarifas, o que não está previsto no texto da lei. O que a norma garante, na prática, são condições facilitadas para pagamento e redução de encargos.
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A legislação determina que idosos em situação de superendividamento podem renegociar até seis pendências ao mesmo tempo, incluindo serviços básicos e empréstimos.
O objetivo é permitir que o consumidor pague o que deve sem comprometer totalmente sua renda mensal.
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As empresas podem renegociar diretamente o débito, retirando juros, multas e correções monetárias, desde que comprovada a condição financeira do idoso.
Isso significa que não há perdão da dívida, mas há um alívio que pode reduzir consideravelmente o valor final do pagamento.
Para casos mais graves, a lei também permite recorrer ao Judiciário e solicitar um plano de pagamento especial, com parcelas definidas de acordo com a renda, evitando o corte de serviços essenciais.
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Contas como água, energia elétrica, gás e telefone estão incluídas nas dívidas passíveis de renegociação.
A ausência de isenção não elimina o ganho prático da lei: com encargos suspensos, o idoso paga apenas o valor original do débito, impedindo que a dívida cresça de forma descontrolada.
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Para solicitar o benefício, o idoso deve apresentar comprovante de renda, faturas vencidas e registros das dívidas. O atendimento pode ser feito diretamente com o credor ou por meio de órgãos como o Procon, que oferece suporte gratuito.
A lei beneficia todos os brasileiros com 60 anos ou mais, reconhecidos legalmente como idosos. Contudo, benefícios específicos como o BPC ainda só são liberados a partir dos 65 anos.
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto que pretende elevar a idade mínima para 65 anos em todos os critérios legais, o que pode alterar futuras concessões.
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A atualização da Lei do Superendividamento chega em um momento crítico. Estudos mostram que grande parte dos idosos está endividada, muitas vezes por sobrevivência, e encontra obstáculos para manter contas em dia.
As novas regras não eliminam o custo de serviços básicos, mas garantem um modelo mais humano e acessível de negociação.
Na prática, não existe isenção automática na conta de água ou luz, mas sim um caminho mais justo para quem sempre contribuiu com o país e busca manter dignidade financeira na terceira idade.
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