A rota dos equipamentos passa por nações como China, Alemanha, Estados Unidos, Taiwan e países europeus / Reprodução/Perfilnews
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A construção daquela que será a maior fábrica de celulose do mundo, instalada pela Arauco na região de Inocência, já movimenta um esquema logístico de proporções raramente vistos no país. Para que todos os materiais e máquinas cheguem ao canteiro de obras, a estimativa é de que aproximadamente 60 mil caminhões circulem até a conclusão da entrega.
O volume é explicado pela complexidade do empreendimento e pelo envolvimento de fornecedores espalhados por diversos continentes.
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A Valmet, responsável pelo maquinário e pela tecnologia de operação, coordena um fluxo internacional que reúne peças produzidas em 18 países e atravessa oceanos antes de chegar ao Brasil.
A parceria com a finlandesa Valmet inclui digestores, caldeiras de recuperação, evaporadores, forno de cal, sistemas de automação e diversos outros componentes da linha de produção.
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A rota dos equipamentos passa por nações como China, Alemanha, Estados Unidos, Taiwan e países europeus. A média de transporte marítimo até o Brasil gira em torno de 50 dias, refletindo a complexidade das operações.
No leste de Mato Grosso do Sul, o trânsito já mostra sinais do impacto. A passagem de equipamentos de grande porte exige autorizações especiais e acompanhamento de batedores, principalmente quando as dimensões ultrapassam os limites usuais.
Entre as peças mais pesadas está o balão da caldeira, que chega ao Estado com 507 toneladas e segue por vias terrestres a cerca de 20 km por hora.
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Além dos itens importados, a obra envolve um conjunto volumoso de estruturas metálicas, tanques e tubulações.
São 20 mil toneladas de estruturas, com um quarto já entregue. Há ainda 6 mil toneladas de tanques, metade já recebida pela obra, e outras 6 mil toneladas de tubulações, das quais mil toneladas já estão no local.
O forno de cal mistura produção nacional e importada, reunindo 22 peças fabricadas no Brasil e oito vindas do exterior.
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O fluxo inclui também cerca de 3 mil contêineres e 1.100 cargas do tipo break-bulk, que demandam operação diferenciada nos portos. As chegadas acontecem pelos portos de Santos e Paranaguá, de onde seguem por rodovias até o empreendimento.
Entre janeiro e maio de 2026, o transporte deve atingir seu ponto máximo, com cerca de 400 entregas mensais. Para coordenar esse volume, cerca de cem profissionais foram mobilizados pela Valmet no Projeto Sucuriu, nome dado à unidade em referência ao rio local.
O empreendimento, orçado em R$ 25 bilhões, será a quinta unidade do setor em Mato Grosso do Sul e terá capacidade anual de 3,5 milhões de toneladas de celulose.
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No pico da construção, cerca de 14 mil trabalhadores devem atuar na obra, e a operação da fábrica deve gerar aproximadamente 6 mil empregos diretos e indiretos ligados à logística e ao cultivo de eucalipto.
As obras começaram com a terraplanagem no meio do ano passado, e a construção foi oficialmente lançada em abril. A previsão é que a fábrica entre em operação no fim de 2027, consolidando o Estado como um dos polos mais robustos do setor florestal.