Cotidiano

Consciência Negra: 20 de Novembro, dia de reflexão

Lideranças do Movimento Negro pedem que a população reflita sobre o significado da data

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 20/11/2012 às 09:39

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O título da data já diz, em si, qual o objetivo da celebração da Consciência Negra: reflexão. Mais do que aproveitar o dia como qualquer outro feriado, lideranças do Movimento Negro da região apelam para que a população repense o papel do negro na sociedade.

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Mary Francisca do Careno e Tatiana Evangelista têm em comum um único propósito: difundir a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional e trabalhar com a sociedade no sentido de eliminar qualquer tipo de discriminação racial.
 
Mary, professora da Unaerp, em Guarujá, foi uma das fundadoras do Núcleo Educafro dentro da Instituição. Além disso, desde a realização de seu doutorado em Letras, faz pesquisas sobre as relações raciais e dá palestras sobre o tema.
 
Para ela, o feriado da Consciência Negra é de grande importância para a reflexão da desigualdade que, apesar da legislação contra o racismo, ainda existe entre brancos e negros. “Nós, negros, sempre sofremos para conseguir qualificação, para entrar no mercado de trabalho, até mesmo somos discriminados no aspecto social. E isso vai continuar, enquanto o preconceito existir”.

Nesta terça-feira (20), a partir das 10 hs, o monumento de Zumbi, em Santos, recebe homenagens (Foto: Matheus Tagé/DL)
 
Tatiana é advogada e também vice-presidente do Conselho da Comunidade Negra em Santos. Ela, que já foi vítima de preconceito até mesmo dentro de um tribunal, na hora de exercer sua profissão, se diz “militante” na luta contra o racismo. “O negro não quer competir com o branco. Sou militante na luta por igualdade e respeito às diferenças, sem nos esquecermos de nossas raízes”. 
 
Lei instituída em 2003, o Dia Nacional da Consciência Negra foi instituído no dia 20 de Novembro, coincidindo com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, personagem que representou a luta do negro contra a escravidão.
 
Mary Careno (dir.) fundou o núcleo do Educafro em Guarujá. A militante Tatiana Evangelista (esq.) luta por igualdade (Foto: Matheus Tagé/DL)

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