Cotidiano

Conheça história de pequeno doce que virou patrimônio emocional de gerações paulistanas

Centenário da cidade de São Paulo, o doce atravessou décadas, trocou de fabricante, ganhou novos formatos, mas jamais perdeu sua conexão com a identidade paulistana

Ana Clara Durazzo

Publicado em 07/08/2025 às 13:42

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Logo, o apelido "Dadinho", inspirado em seu formato semelhante a um dado, se popularizou e acabou sendo adotado como nome oficial / Divulgação

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Entre pastéis de feira, baurus e lanches de mortadela, um pequeno cubo prateado de sabor marcante segue firme como um dos símbolos mais doces da capital paulista. Criado em 1954 para homenagear o IV Centenário da cidade de São Paulo, o Dadinho atravessou décadas, trocou de fabricante, ganhou novos formatos, mas jamais perdeu sua conexão com a identidade paulistana.

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Um doce nascido da festa

A história do Dadinho começou com um nome diferente. Lançado em 25 de janeiro de 1954 pela empresa Chocolates Dizioli, o doce foi batizado originalmente de “IV Centenário”, em alusão ao aniversário de 400 anos da cidade de São Paulo. A data inspirou diversas homenagens, como o projeto do Parque Ibirapuera e o monumento “Voluta Ascendente”, criado por Oscar Niemeyer, cujo desenho espiral estampava a embalagem do doce.

Mas foi o formato cúbico do doce, somado ao tamanho diminuto e ao papel metalizado prateado da embalagem, que conquistaram os consumidores. Logo, o apelido “Dadinho”, inspirado em seu formato semelhante a um dado, se popularizou e acabou sendo adotado como nome oficial.

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Uma embalagem com história

A embalagem foi parte essencial na construção do símbolo. Revestido com papel metalizado prateado, o doce fazia referência à chamada “chuva de prata”, espetáculo aéreo que marcou as comemorações do IV Centenário. Na ocasião, aviões lançaram pequenos pedaços brilhantes de papel sobre o Viaduto do Chá, no centro da cidade, encantando os paulistanos.

A conexão visual com esse momento histórico deu ao Dadinho uma aura festiva e futurista. Além disso, ele foi um dos primeiros doces brasileiros a usar papel metalizado, reforçando sua imagem como produto inovador.

Doçura que resistiu ao tempo

Desde seu lançamento, o Dadinho passou por diferentes empresas. Da Dizioli, a marca foi transferida para a Atual Comércio e Indústria Ltda., depois para a Qualybom e, atualmente, pertence à Doce Sabor, com produção feita pela Bono Gusto, em Ribeirão Preto. O formato também mudou: o cubo deu lugar a um paralelepípedo ligeiramente achatado, mas o sabor e o espírito permanecem os mesmos.

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Nos últimos anos, o Dadinho se reinventou e ganhou uma linha de produtos derivados, como bombons, biscoitos, creme de pote e até sorvete, alcançando novos públicos e reafirmando sua relevância no mercado.

Um pedaço de São Paulo em cada mordida

Além da memória afetiva, o Dadinho também tem raízes práticas na identidade paulista: o estado de São Paulo é responsável por cerca de 90% da produção nacional de amendoim, ingrediente base do doce. Em meio à diversidade gastronômica da capital, o Dadinho segue como um elo entre tradição, afeto e inovação.

Hoje, 70 anos depois, o pequeno cubo doce continua sendo mais do que um item de festa infantil, é um símbolo da história urbana, da indústria alimentícia nacional e do carinho eterno por São Paulo. Como diz a própria trajetória do Dadinho: pode até mudar de embalagem ou de formato, mas certas doçuras nunca perdem o sabor da memória.

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