Cotidiano

Conheça doença silenciosa que levou Preta Gil e Pelé e afeta milhares no Brasil

Doença é o terceiro tipo de câncer mais comum no país; dados do Instituto Nacional do Câncer apontam 45 mil novos casos anuais

Ana Clara Durazzo

Publicado em 21/07/2025 às 08:30

Atualizado em 21/07/2025 às 10:01

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A cantora Preta Gil morreu na noite do último domingo (21), aos 50 anos, após enfrentar complicações causadas por um câncer colorretal / Reprodução/Instagram

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A cantora Preta Gil morreu na noite do último domingo (21), aos 50 anos, após enfrentar complicações causadas por um câncer colorretal. Ela lutava contra a doença desde janeiro de 2023, quando foi diagnosticada e iniciou o tratamento com sessões de quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para a remoção de tumores.

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Em agosto de 2024, o câncer voltou a se manifestar em outras regiões do corpo, exigindo novas intervenções médicas.

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O astro do futebol Pelé também foi vítima dessa doença. Ele foi diagnosticado com câncer de cólon em setembro de 2021 e estava internado no Hospital Albert Einstein desde novembro de 2022. Sua morte ocorreu no dia 29 de dezembro de 2022, em decorrência de falência múltipla de órgãos, causada pelo câncer de cólon.

Essas tragédias reacendem a necessidade do debate sobre um problema de saúde pública que afeta milhares de brasileiros todos os anos.

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O câncer colorretal, que atinge o cólon e o reto, porção final do intestino grosso, é o terceiro tipo de câncer mais comum no país. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para 45.630 novos casos anuais, sendo 23.660 em mulheres e 21.970 em homens.

Apesar de ser tratável e até curável quando diagnosticado precocemente, a doença ainda apresenta números preocupantes. Em 2022, o Brasil registrou 95.953 internações por câncer colorretal, com uma taxa de 47,2 internações por 100 mil habitantes.

A maior parte dos pacientes hospitalizados tinha mais de 65 anos. Em 2020, o câncer foi responsável por 20.245 mortes, com ligeira predominância entre mulheres (10.356) em relação aos homens (9.889).

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Como identificar o câncer colorretal

O principal sinal de alerta é a presença de sangue nas fezes. Outros sintomas comuns incluem:

anemia;

perda de peso sem causa aparente;

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cólicas e dores abdominais;

alterações nos hábitos intestinais (como constipação ou diarreia);

mudança no formato das fezes (finas, mais escuras ou alongadas).

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Esses sinais não significam necessariamente câncer, mas indicam a necessidade de avaliação médica. O diagnóstico é feito com base em exames clínicos, colonoscopia e biópsia.

Em 2022, o SUS realizou mais de 409 mil exames de colonoscopia, número que mais que dobrou em comparação com 2013. A maior parte dos exames foi feita em mulheres, reforçando a importância do rastreamento precoce.

Tratamento e chances de cura

Muitos tumores colorretais se originam de pólipos, pequenas lesões benignas no intestino. A detecção e remoção desses pólipos é uma medida preventiva fundamental.

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O tratamento depende do estágio da doença. Na maioria dos casos, envolve cirurgia para remoção da área afetada do intestino e de gânglios linfáticos, podendo ser combinada com sessões de quimioterapia ou radioterapia, principalmente nos casos mais avançados.

Segundo dados do Painel Oncologia do DATASUS, mais de 30 mil pessoas foram diagnosticadas e tratadas para câncer colorretal no sistema público ou em redes conveniadas em 2023. Entre elas, 43% tinham 65 anos ou mais.

Pessoas com histórico familiar da doença e indivíduos com mais de 50 anos fazem parte do grupo de risco e devem manter consultas regulares com um profissional de saúde.

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Estilo de vida e alimentação: prevenção começa no prato

Além da predisposição genética, fatores como alimentação inadequada e sedentarismo aumentam o risco de desenvolver câncer colorretal. Dietas pobres em frutas, verduras e legumes, aliadas ao alto consumo de carnes processadas e alimentos com pouco teor de fibras, são pontos de atenção.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) recomenda o consumo diário de pelo menos 400g de vegetais, frutas, nozes e cereais integrais. No entanto, segundo o Vigitel 2023, apenas 21,3% da população adulta nas capitais brasileiras atinge esse patamar. O consumo excessivo de ultraprocessados alcança 18%.

O uso abusivo de álcool e o tabagismo também contribuem para o surgimento da doença. Ainda segundo o Vigitel, 9,3% da população adulta nas capitais brasileiras é fumante — índice que se mantém alto mesmo entre os mais velhos.

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A perda de Preta Gil, um nome marcante da música brasileira, reforça a urgência de ampliar o debate sobre prevenção, diagnóstico precoce e hábitos saudáveis, essenciais para combater uma das doenças mais letais e silenciosas do país.

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