Cotidiano
O município do litoral paulista é alvo de pesquisas científicas e aparições de espécies diversas
A onça-pintada é criticamente ameaçada no bioma Mata Atlântica / Registro feito por Ed Ventura, no Pantanal
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Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, possui trechos de Mata Atlântica ainda intocados pelo homem onde moram diversos exemplares raros da fauna e da flora desse rico ecossistema. Por isso, o município é alvo de pesquisas científicas e aparições de espécies diversas.
Em março, câmeras de monitoramento registraram uma onça-pintada predando galinhas nas proximidades da cidade. Neste mês de maio, foi a vez de uma onça-parda aparecer em um condomínio da cidade.
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A reportagem do Diário procurou a equipe do Felinos da Juréia-Itatins, do Instituto Bioventura, para saber quais são os felinos mais comuns na região.
O biólogo Ed Ventura listou 6 espécies que podem ser encontradas nas matas de Peruíbe e todas elas já foram registradas pelas “câmeras trap” do projeto, com exceção do gato-maracajá (Leopardus wiedii) e da onça-pintada (Panthera onca).
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Vale lembrar que eles cuidam da Beth, cadela treinada para farejar felinos e que veio da Europa. É a única no Brasil que possui essa característica.
Segundo maior felino da fauna brasileira e com maior distribuição geográfica. Habita montanhas, cerrados, florestas densas e até áreas próximas a centros urbanos. Por essa grande diversidade de ambientes e ocorrência, recebe vários nomes populares nas diferentes regiões, como leão-baio, onça-vermelha, puma, cougar, leão-da-montanha, suçuarana e outros.
É um felino com porte menor que a onça-parda e tem hábitos terrestres e arborícolas. Captura pequenas presas como roedores, répteis e aves. Hábitos tanto diurnos quanto noturnos.
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Felino pouco conhecido pelas pessoas por ser pouco avistado. Tem hábitos mais reservados e não se mostra facilmente. Pode possuir diversas colorações, desde o vermelho ruivo até o acinzentado e o marrom escuro. Tem hábitos predominantemente diurnos.
Espécie de pequeno porte, muitas vezes confundido com filhotes de onças-pintadas. Caça pequenas presas como lagartos, aves e roedores.
Possui hábitos noturnos, é pouco visto pelas pessoas e considerado raro.
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Com hábitos arborícolas, possui uma adaptação em seus tornozelos que giram 180 graus, possibilitando ágeis escaladas. Ainda não foi registrada pelas câmeras do projeto.
A onça-pintada é criticamente ameaçada no bioma Mata Atlântica com pouquíssimos indivíduos na região da Serra do Mar. A equipe do Instituto ainda está investigando se há registros na Juréia-Itatins (outra formação de serras ao lado da Serra do Mar). A presença dessa espécie indica que a área ainda tem potencial para a conservação da fauna brasileira.
O projeto foi criado por Ed Ventura e Lu Ventura, com o objetivo de conservar a fauna da Mata Atlântica da Juréia-Itatins.
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Apesar de ativo desde 2021, ainda não encontraram a onça-pintada naquela região. A respeito dessa espécie, a bióloga, veterinária e presidente do Instituto, Lu Ventura disse:
“Não há confirmação se a onça-pintada ainda existe ou não na Juréia-Itatins. A falta de registros ainda não nos dá uma base para afirmar algo. Uma vez que as onças-pintadas da Mata Atlântica são mais esquivas e também menos estudadas na região. Mas, há sim, relatos de moradores locais que dizem ver, porém estamos trabalhando nessas informações. O último registro oficial de uma onça-pintada na Juréia foi em 1988, quando um espécime foi morto por caçadores e sua pele foi apreendida pela polícia florestal”, finalizou.